Bispa pede a Trump que tenha misericórdia das pessoas LGBTQ+

A reverenda Mariann Budde, bispa episcopal de Washington, fez hoje um apelo direto ao presidente Donald Trump, durante o seu sermão, para que tenha misericórdia da comunidade LGBTQ+ e dos trabalhadores migrantes indocumentados.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
22/01/2025 06:41 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Referindo-se à crença de Trump de que foi salvo por Deus de ser assassinado, Budde disse: "Sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas do nosso país que estão assustadas neste momento".

 

A administração Trump já emitiu ordens executivas a revogar direitos dos transgénero e a endurecer as políticas de imigração, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).

Quando regressou à Casa Branca, Trump foi questionado sobre o sermão: "Não foi muito emocionante, pois não?. Não achei que fosse um bom serviço", apontou o presidente norte-americano, enquanto caminhava com a equipa em direção à Sala Oval.

A cerimónia da Catedral Nacional de Washington foi amplamente focada na unidade nacional. Trump e o vice-presidente J.D. Vance estiveram presentes com as suas famílias, juntamente com o presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o republicano Mike Johnson, e o nomeado para o cargo de secretário da Defesa, Pete Hegseth.

No seu sermão, Budde disse que se reuniram "para orar pela unidade como povo e nação --- não por acordo, político ou outro --- mas pelo tipo de unidade que promove a comunidade através da diversidade e da divisão".

Mais de uma dúzia de líderes religiosos falaram durante o culto inter-religioso, incluindo os de tradições judaica, muçulmana, budista e hindu.

Ausentes do clero convidado com papéis de orador estavam os evangélicos conservadores, que estão entre os maiores apoiantes de Trump.

No entanto, alguns destes apoiantes evangélicos estavam nos bancos da igreja.

A Catedral Nacional de Washington acolheu 10 cerimónias oficiais de tomada de posse de presidentes de ambos os partidos. A tradição remonta a 1933.

O serviço mais recente teve um destaque diferente dos anteriores. O seu foco estava na nação e não na nova administração, um plano traçado antes do dia das eleições.

"Estamos num momento único na história do nosso país, e é tempo de abordar isto de forma diferente", tinha destacado o reverendíssimo Randy Hollerith, reitor da catedral episcopal, numa declaração em outubro.

Budde, que fez o sermão deste ano, juntou-se a outros líderes da catedral para criticar Trump anteriormente, repreendendo a sua "retórica racializada" e culpando-o por incitar à violência em 06 de janeiro de 2021, quando ocorreu a invasão do Capitólio.

A única parte do culto realizado hoje que pareceu feita à medida de Trump foi a inclusão do cantor de ópera Christopher Macchio, que também cantou o hino nacional na tomada de posse.

O tenor cantou "Ave Maria", uma canção favorita de Trump e que Macchio cantou num comício de Trump e na Convenção Nacional Republicana.

Antes do início do culto, Macchio cantou hinos como "How Great Thou Art" e outro dos favoritos de Trump, "Hallelujah", escrito por Leonard Cohen.

Leia Também: Cidadania por direito de nascimento? Estados tentam travar ordem de Trump

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