"É apenas um começo, um texto técnico que é apenas um começo para a reconstrução", declarou a relatora e deputada centrista de Mayotte, Estelle Youssouffa, antes da votação.
O departamento mais pobre de França sofre há anos de problemas relacionados com a imigração, a segurança, a educação e o desenvolvimento económico.
O projeto de lei foi aprovado com os votos de 446 deputados contra dois, das fileiras da esquerda radical, com a abstenção do restante grupo do França Insubmissa. Os ecologistas tomaram a mesma posição, denunciando o acréscimo de "desprezo inspirado nas obsessões xenófobas da extrema-direita".
A lei contém principalmente flexibilizações das regras de planeamento urbano e algumas medidas sociais, como isenções fiscais ou reduções nas contribuições.
É apenas uma "primeira resposta", frisou o ministro do Ultramar francês, Manuel Valls, anunciando outro texto muito mais ambicioso em março, para "reconstruir Mayotte".
"Não vamos mentir a nós próprios, se o ciclone devastou Mayotte, ele acima de tudo revelou e exacerbou os problemas, as dificuldades, as calamidades que já existiam", enfatizou Valls, lembrando que 77% da população vive abaixo da linha da pobreza.
Além da pobreza, o ministro apontou a habitação ilegal e a imigração clandestina como dois flagelos que estão a "corroer" o departamento e prometeu que a questão da migração será "uma parte fundamental" do próximo texto.
No início da sessão parlamentar, as duas deputadas de Mayotte, Estelle Youssouffa e Anchya Bamana (União Nacional ou RN, extrema-direita)) criticaram duramente um texto elaborado "sem consulta" dos habitantes deste departamento e que ignora o tema principal, a "submersão migratória".
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