"Grande honra". Trump perdoa ativistas antiaborto condenados por ataque

Donald Trump assinou os perdões, esta quinta-feira, que incluem 10 manifestantes envolvidos na invasão e bloqueio de uma clínica em Washington, em outubro de 2020.

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© ROBERTO SCHMIDT / AFP) (Photo by ROBERTO SCHMIDT/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
23/01/2025 22:48 ‧ há 9 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta quinta-feira que ia perdoar 23 ativistas antiaborto condenados por bloquear entradas e fechar temporariamente clínicas de aborto e apontou que era uma "grande honra estar a assinar isto", de acordo com a agência de notícias Associated Press.

 

"Estas pessoas não deveriam ter sido processadas. Muitas delas são idosas", reiterou Trump à medida que assinava os perdões para os "manifestantes pacíficos pró-vida", alguns com condenações federais, mais concretamente, os envolvidos na invasão e bloqueio de uma clínica em Washington, em outubro de 2020.

A líder do bloqueio, Lauren Handy, foi condenada a quase cinco anos de prisão ao orientar os manifestantes a unirem-se com correntes e cadeados de forma a bloquear as entradas da instituição.

A ideia levou a que uma enfermeira torcesse o tornozelo, ao tentar entrar na clínica, ao ser empurrada por uma das pessoas. Outra mulher foi abordada por um dos bloqueadores enquanto estava com dores de parto. Para além disso, em casa de Handy, foram encontrados cinco fetos após ser indiciada.

Contudo, o presidente norte-americano concedeu perdão a Handy e a outros  nove manifestantes condenados pelo ataque.

Em junho, Trump tinha criticado o então presidente Joe Biden por prosseguir com acusações contra os manifestantes envolvidos em bloqueios.

"Muitas pessoas estão presas por isto", referiu na altura dizendo que "vamos tratar disso imediatamente".

No outro lado da moeda, os defensores do direito ao aborto criticaram os perdões de Trump e realçaram que estes provam a sua oposição ao acesso, apesar das suas declarações vagas e contraditórias quanto ao assunto durante a campanha eleitoral.

O anúncio do perdão ocorre às vésperas de uma grande manifestação antiaborto em Washington, chamada 'Marcha pela Vida'.

Segundo a imprensa local, o magnata de 78 anos deverá discursar no protesto por videoconferência, enquanto o vice-presidente, JD Vance, é esperado no local.

Donald Trump permaneceu deliberadamente vago sobre a polémica questão do direito ao aborto durante a sua campanha.

Enquanto a direita cristã pede restrições federais à proibição federal da gravidez, o republicano disse querer deixar essa competência para os estados norte-americanos.

No entanto, congratulou-se em diversas ocasiões por ter contribuído, através das suas nomeações para o Supremo Tribunal, para o fim do direito constitucional ao aborto decidido em junho de 2022 pela mais alta instância da justiça norte-americana.

Após esta polémica decisão do Supremo, muitos estados conservadores proibiram ou limitaram severamente a interrupção da gravidez.

Desde a sua tomada de posse, na segunda-feira, Donald Trump atribuiu uma série de indultos destinados a satisfazer a sua base de apoiantes, começando com o mega perdão a 1.500 pessoas condenadas por invadir o Capitólio em janeiro de 2021.

Também perdoou dois polícias que foram condenados por uma perseguição ilegal que resultou na morte de um homem negro em 2020.

Leia Também: Trump ordena desclassificação de arquivos sobre assassínios de JFK e Luther King

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