Irão sugere a Donald Trump "expulsar israelitas" para a Gronelândia

O chefe da diplomacia iraniana rejeitou hoje a proposta norte-americana de transferir a população da Faixa de Gaza para o estrangeiro e ironizou que Washington poderia optar por "expulsar os israelitas" para a Gronelândia.

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© Getty Images/MANDEL NGAN/AFP

Lusa
28/01/2025 11:33 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse no sábado que vai propor ao Egito e à Jordânia que acolham 1,5 milhões de pessoas deslocadas da Faixa de Gaza, pelo menos enquanto durar a reconstrução do enclave após 15 meses de guerra.

 

Ao comentar a proposta de Trump, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, disse que já muitas pessoas no passado tentaram expulsar os palestinianos da Palestina.

"Mas todas falharam", afirmou Araqchi durante uma entrevista à estação de televisão britânica Sky News citada pela agência espanhola Europa Press.

Referindo que os palestinianos não podem ser retirados ou expulsos da Palestina, Araqchi sugeriu a Trump que em vez dos palestinianos tente expulsar os israelitas da região.

"Levem-nos para a Gronelândia para poderem matar dois coelhos com uma cajadada só. Assim, resolve-se o problema da Gronelândia e o problema dos israelitas", ironizou, referindo-se às exigências territoriais feitas por Trump relativamente ao território dinamarquês.

Araqchi disse que toda a gente tem o direito de viver, "mas ninguém tem o direito de ocupar a terra dos outros", referindo-se aos israelitas.

"Esta é a terra dos palestinianos e são os palestinianos que devem poder decidir sobre a sua terra e o seu destino", acrescentou.

A sugestão de Trump para a transferência da população de Gaza para o Egito e a Jordânia foi rejeitada pelos dois países, mas também pela Liga Árabe e Nações Unidas.

A Autoridade Nacional Palestiniana e os grupos palestinianos radicais Hamas e Jihad Islâmica também rejeitaram as propostas de Trump, que foram aplaudidas por membros de extrema-direita do Governo israelita.

Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.

Os combates cessaram em 19 de janeiro, véspera da posse de Trump como Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores, incluindo o Qatar e o Egito.

Desde que entrou em vigor, a trégua permitiu a troca de sete reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.

O Irão lidera o chamado "eixo de resistência" contra Israel e os Estados Unidos que integra, entre outros grupos, o Hamas, a Jihad Islâmica, o Hezbollah libanês ou os rebeldes hutis do Iémen.

Leia Também: Trump confiante que EUA "vão ter" Gronelândia: "Querem estar connosco"

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