Os migrantes deverão chegar à cidade de San Pedro Sula, no norte das Honduras, a bordo de dois aviões do Exército estadunidense vindos do Texas, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros das Honduras, Eduardo Enrique Reina, citado pela Efe.
Um dos aviões vai transportar 78 migrantes ilegais e outros 48 hondurenhos, segundo Reina, que apontou que o executivo está a desenhar um protocolo para garantir que estas pessoas regressam ao país com condições dignas.
Segundo o chefe da diplomacia hondurenha, Tegucigalpa propôs à embaixada estadunidense a contratação de voos fretados para transportar os migrantes em causa.
"O pedido não foi aceite nem negado pelo Governo dos EUA", acrescentou Reina, junto dos jornalistas, acrescentando que o regresso dos hondurenhos é uma questão humanitária e que "as pessoas não podem ser detidas em condições que são um pouco complexas".
A aterragem está prevista para as 13:30 locais (19:30 de Lisboa).
"Os migrantes foram detidos quando entraram nos EUA e nas rusgas que foram realizadas nas últimas duas semanas", explicou o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros.
Os migrantes presentes nos voos de repatriamento deverão, depois, ser recebidos por responsáveis governamentais, incluindo por Reina.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu, durante a campanha eleitoral, uma deportação em massa dos imigrantes que residem ilegalmente no país, tendo o processo arrancado no dia da sua tomada de posse.
Esta semana, a Presidente das Honduras, Xiomara Castro, anunciou uma estratégia nacional para proteger os migrantes deportados e manifestou a sua vontade em manter um "diálogo próximo" com Washington.
A estratégia em causa prevê programas de ação para hondurenhos em situação migratória irregular nos EUA, bem como para os que se encontram em trânsito e os que foram repatriados.
A iniciativa prevê o apoio em domínios como saúde, acompanhamento psicológico e social, assistência jurídica, reagrupamento familiar e a criação de abrigos e refúgios temporários, explica a Efe.
Segundo os dados oficiais, vivem cerca de 1,8 milhões de hondurenhos nos EUA, incluindo residentes legais e sem documentos, sendo que mais de 260.000 contam com ordens de deportação.
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