RDCongo. Presidente do Burundi alerta para risco de conflito regional

O Presidente do Burundi advertiu hoje que o conflito no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) corre o risco de se transformar numa guerra regional.

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© JOSPIN MWISHA/AFP via Getty Images

Lusa
01/02/2025 13:40 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

RDCongo

O alerta de Evariste Ndayishimiye, feito no seu canal oficial na rede social de partilha de vídeos YouTube, foi feito quase uma semana depois de os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) e as tropas ruandesas terem entrado em Goma, capital da província de Kivu Norte.

 

Depois de terem conquistado este importante ponto estratégico, os combatentes rebeldes e as forças militares ruandesas avançaram nos últimos dias para a província vizinha de Kivu Sul, constituindo uma possível ameaça para a sua capital, Bukavu.

"Se o leste da RDCongo não tiver paz, a região não terá paz", avisou o Presidente do Burundi.

"Não é só o Burundi. A Tanzânia, o Uganda, o Quénia, é toda a região. É uma ameaça", continuou, antes de acrescentar que o seu país não se vai 'deixar ameaçar'.

No conflito que assola o leste da RDCongo há mais de três anos e que se acelerou nas últimas semanas, Kinshasa acusa Kigali de querer pilhar os recursos naturais da região.

O Ruanda nega esta acusação e afirma que pretende erradicar os grupos armados, nomeadamente os criados pelos ex-líderes hutus do genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994, que considera ameaçarem a sua segurança.

Numa carta dirigida aos dirigentes africanos, datada de sexta-feira, o diretor do CDC África, Jean Kaseya, alertou para o risco de epidemias.

"Se não forem tomadas medidas decisivas, não serão apenas as balas que farão vítimas, mas a propagação descontrolada de grandes epidemias e potenciais pandemias a partir desta região frágil", advertiu Jean Kaseya.

A última variante do vírus Mpox, que se espalhou rapidamente por muitos países do mundo no ano passado, foi detetada pela primeira vez em Kivu Sul.

De acordo com os jornalistas da AFP em Goma, a cidade está agora a sofrer de escassez de combustível e de dinheiro.

Na cidade, agora controlada pelo M23, os rebeldes prometem criar a sua própria administração.

No espaço de algumas semanas, o M23 e as tropas ruandesas ultrapassaram o exército congolês mal equipado.

Desde sexta-feira, as autoridades democrático-congolesas têm estado a recrutar apressadamente "voluntários" não treinados para se juntarem às milícias pró-Kinsahsa.

Numa mensagem dirigida à nação esta semana, o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, prometeu uma "resposta vigorosa".

Pelo menos 700 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas nos combates pelo controlo de Goma entre domingo e quinta-feira, divulgou na sexta-feira um porta-voz da ONU.

Leia Também: RDCongo. Novo líder da missão da ONU vê proteção de civis como prioridade

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