Segundo relata a agência AP, dezenas de milhares de pessoas convergiram hoje para Novi Sad para participarem nos bloqueios, intitulados "Três meses -- Três pontes".
A 01 de novembro, um viaduto na estação de comboios de Novi Sad ruiu e causou 15 mortos, lançando um amplo movimento contra o Governo, liderado pelos estudantes.
Muitas pessoas na Sérvia acreditam que o colapso foi essencialmente causado pela corrupção do Governo num grande projeto de infraestruturas envolvendo empresas estatais chinesas.
As autoridades sérvias são acusadas de negligência e desrespeito pelas normas de segurança durante a reconstrução da estação de comboios de Novi Sad.
Desde o colapso do viaduto, têm-se realizado regularmente protestos e bloqueios um pouco por toda a Sérvia.
Hoje, as pontes de Novi Sad e as ruas em redor ficaram inundadas de gente, que também se acumulou nas margens do rio, enquanto as estradas de acesso à cidade ficaram entupidas de carros, conta a AP.
Agricultores em tratores atravessaram a cidade, encabeçando as três colunas de estudantes distintas em direção às três pontes, aclamados por milhares de residentes, muitos transportando bandeiras da Sérvia ou cartazes reclamando estar a "defender a liberdade", relata a agência de notícias norte-americana.
Pelo menos um dos bloqueios poderá estender-se até domingo.
O que começou como um protesto contra suspeitas de corrupção em contratos de construção transformou-se num descontentamento mais generalizado contra o Governo sérvio e no mais sério desafio dos últimos anos ao líder populista do país, o Presidente Aleksandar Vucic.
A força e a determinação dos manifestantes apanharam muitos de surpresa, num país onde centenas de milhares de jovens emigraram à procura de melhores oportunidades.
A reação inicial de Vucic foi acusar os estudantes e outros manifestantes de colaborarem com potências estrangeiras para o retirar do poder.
Entretanto, as autoridades já propuseram várias concessões, ignoradas pelos manifestantes por as considerarem insuficientes.
As manifestações já forçaram a demissão do primeiro-ministro da Sérvia, Milos Vucevic.
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