Legisladores apoiados por Lula e Bolsonaro lideram parlamento do Brasil

O senador Davi Alcolumbre e o deputado Hugo Motta, apoiados tanto pelo partido do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pelos alinhados com Jair Bolsonaro, vão liderar as duas câmaras do parlamento do Brasil.

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Lusa
02/02/2025 06:16 ‧ há 3 horas por Lusa

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Ambos assumiram os cargos no sábado e, por isso, serão fundamentais na tramitação das iniciativas que o Governo de Lula da Silva apresentar ao Congresso nos últimos dois anos de mandato do líder de esquerda.

 

Embora tanto Alcolumbre como Motta se tenham comprometido a apoiar os projetos promovidos pelo Executivo, disseram também que apoiariam algumas iniciativas da oposição e ofereceram as primeiras vice-presidências nas duas câmaras a aliados de Bolsonaro.

Os novos presidentes das duas câmaras do parlamento do Brasil pertencem a partidos do chamado "centrão", um grupo de centro-direita que é maioritário no Congresso.

São partidos que apoiaram a administração de Bolsonaro (2019-2022) e que garantem agora uma maioria ao Governo de Lula no Congresso.

Os dois vencedores receberam telefonemas tanto de Lula como de Bolsonaro.

Alcolumbre, que já presidiu ao Senado entre 2019 e 2020, nos dois primeiros anos do Governo de Bolsonaro, conseguiu reunir o apoio de nove dos 12 partidos representados na câmara alta, o que lhe garantiu o voto de 73 dos 81 senadores do Brasil.

O senador do pequeno e pouco povoado estado do Amapá, na Amazónia brasileira, e membro do partido centrista União Brasil venceu por larga margem os senadores Eduardo Girão e Marcos Pontes, dos partidos de direita Novo e Liberal, que disputaram a eleição sem apoio dos seus partidos.

Girão e Pontes obtiveram quatro votos cada.

O novo presidente do Senado contou com o apoio incondicional do líder cessante, Rodrigo Pacheco, que comandou o Congresso entre 2021 e 2024 e foi um importante aliado de Lula no parlamento.

Motta, do Partido Republicano e deputado federal pelo também pequeno estado da Paraíba, tornou-se, aos 35 anos, o mais jovem parlamentar a assumir a presidência da Câmara dos Deputados, cargo estratégico que lhe confere o poder de aceitar ou não rejeitar pedidos de destituição do chefe de Estado.

O novo presidente da câmara baixa recebeu o apoio de 18 partidos, o que lhe garantiu 444 votos dos 513 deputados do país.

O deputado Marcel Van Hattem, do partido de direita Novo, recebeu 31 votos, enquanto o pastor Henrique Vieira, do partido de esquerda Socialismo e Liberdade, recebeu 22.

O novo presidente da Câmara dos Deputados contou ainda com o apoio incondicional do atual presidente Arthur Lira, cujas ligações às forças de centro-direita não o impediram de ser importante na aprovação das iniciativas legislativas nos dois primeiros anos do Governo de Lula.

Tanto Lula como Alcolumbre se comprometeram a votar e apoiar projetos de interesse para o Governo, mas não negam apoio a iniciativas polémicas da oposição bolsonarista, como a discussão de uma eventual amnistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro de 2023.

Apesar da proximidade a Lira, Motta conta também entre os seus mentores políticos parlamentares críticos do Presidente, como o líder do Partido Progressista, Ciro Nogueira, e o ex-deputado Eduardo Cunha, que presidiu à Casa Câmara de Deputados entre 2015 e 2016 e foi responsável pela destituição da então Presidente brasileira Dilma Rousseff.

Leia Também: Brasil reunirá ministros africanos na Aliança Global Contra a Fome

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