"A troca global de bens e mercadorias provou ser uma grande história de sucesso que permitiu a prosperidade para todos nós", apontou Olaf Scholz aos jornalistas durante uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, citado pela AFP.
Questionado sobre possíveis contramedidas europeias, Scholz limitou-se a comentar que a União Europeia é um espaço económico forte, que tem "as suas próprias opções de ação" e acrescentou que a União Europeia quer continuar as relações económicas com os Estados Unidos com base nessa força.
"É por isso que é importante que não dividamos o mundo atualmente com muitas barreiras alfandegárias, mas que também tornemos esta troca de bens e serviços possível no futuro", acrescentou.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China.
A assinatura, que oficializa a decisão que já tinha sido anunciada, determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.
Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.
A União Europeia lamentou a aplicação daquelas tarifas aduaneiras e disse que retaliará fortemente se também for alvo de tarifas injustas.
"A UE acredita firmemente que direitos aduaneiros baixos promovem o crescimento e a estabilidade económica", disse a Comissão Europeia em comunicado, através do qual considerou a imposição de mais tarifas pelos EUA como "nocivas para todas as partes".
Já se o bloco europeu for também alvo dessas medidas "injustas", o executivo comunitário vai "retaliará fortemente".
A França também já se manifestou e defendeu uma "resposta mordaz" da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano.
O Canadá, México e a China prometeram retaliar com as suas próprias medidas, ou já começaram a revelá-las: o Canadá, cujos recursos energéticos serão parcialmente isentos, vai impor tarifas de retaliação de 25% sobre 30 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos a partir de terça-feira.
Sem entrar em pormenores, Pequim disse que está a preparar uma resposta para defender os "direitos e interesses" chineses e que irá apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, referiu-se a "medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México", como retaliação aos EUA.
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