"A Palestina, com a sua terra, a sua história e os seus locais sagrados, não está à venda e não é um projeto de investimento", disse Nabil Abu Rudein, porta-voz da Presidência da ANP, que rejeita qualquer ideia de reinstalar os palestinianos noutro qualquer lugar, como sugeriu Trump.
"O povo palestiniano e os seus líderes não permitirão a repetição das catástrofes de 1948 e 1967", disse o porta-voz, referindo-se às guerras israelo-árabes que viram nascer o Estado de Israel e a ocupação de Jerusalém Oriental, respetivamente.
Além disso, Abu Rudeina garantiu que os palestinianos "vão frustrar qualquer plano destinado a liquidar a sua justa causa através de projetos de investimento".
Hoje, na rede social Truth Social, que lhe pertence, Trump insistiu que se os Estados Unidos assumissem o controlo de Gaza, os palestinianos teriam uma vida melhor e a oportunidade de "serem felizes, seguros e livres", mas noutro lugar.
"Os Estados Unidos, que trabalhariam com grandes equipas de desenvolvimento de todo o mundo, iniciariam lenta e cuidadosamente a construção do que viria a ser um dos maiores e mais espetaculares empreendimentos do género na Terra", afirmou.
O grupo islamita palestiniano Hamas, que governa Gaza, rejeitou as declarações de Trump e apelou à convocação de uma cimeira árabe de emergência para "confrontar o plano de deslocação".
"Não precisamos de nenhum Estado para governar a Faixa de Gaza e não aceitamos a substituição de uma ocupação por outra", afirmou Hazem Qasem, porta-voz do Hamas, numa mensagem.
Já hoje, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou ao exército que preparasse um plano para permitir que os civis abandonem voluntariamente a Faixa de Gaza e sugeriu que os vários países europeus que reconheceram um Estado palestiniano acolhessem os cidadãos palestinianos.
"Países como Espanha, Irlanda, Noruega e outros que fizeram falsas acusações e reivindicações contra Israel pelas suas ações em Gaza são legalmente obrigados a aceitar qualquer residente de Gaza nos seus territórios", disse Katz, um dia depois de Trump ter anunciado a sua intenção de expulsar os habitantes de Gaza.
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