Hamas diz que comentários de Trump são "declaração aberta" para ocupação

O Hamas afirmou hoje que a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para assumir o controlo de Gaza e para uma deslocação em massa da população do enclave equivale a "uma declaração de intenção de ocupar" o território palestiniano.

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© BASHAR TALEB/AFP via Getty Images

Lusa
06/02/2025 16:55 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Hamas

"Os comentários de Trump sobre Washington assumir o controlo de Gaza equivalem a uma declaração aberta de intenção de ocupar o território", disse o grupo islamita palestiniano, que controla o enclave desde 2007, num comunicado.

 

"Não precisamos de nenhum país para gerir Gaza e recusamo-nos a substituir uma ocupação por outra", acrescentou o Hamas, reafirmando que "Gaza pertence ao seu povo".

No mesmo comunicado, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, explicou que o movimento apela à realização de uma cimeira árabe urgente em resposta à proposta do Presidente Trump.

"Pedimos uma cimeira árabe urgente para confrontar o plano de deslocar os palestinianos de Gaza", acrescentou Qassem, pedindo aos "países árabes que resistam à pressão de Trump e se mantenham firmes".

O porta-voz do Hamas pediu ainda às "organizações internacionais para que tomem medidas enérgicas contra o plano de Trump".

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou entretanto que o exército preparasse um plano para permitir que os palestinianos deixassem a Faixa de Gaza.

"O povo de Gaza deve poder usufruir de liberdade de movimento e de emigração, como é habitual em todo o mundo", afirmou Katz num comunicado.

Os cerca de 2,4 milhões de palestinianos da Faixa de Gaza não podem atualmente abandonar o território, sitiado por Israel e em grande parte destruído pela ofensiva israelita contra o Hamas, desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano em solo israelita em 07 de outubro de 2023.

Após 15 meses de guerra, um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro.

Na terça-feira, Trump lançou a ideia de uma tomada do controlo da Faixa de Gaza pelos Estados Unidos e voltou a sugerir que a população do enclave poderia ser transferida para os vizinhos Egito e Jordânia - que rejeitaram categoricamente esta opção - após uma reunião em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

A proposta de Trump foi condenada pelos palestinianos, por muitos países do Médio Oriente e pela comunidade internacional.

A administração norte-americana tentou emendar a sua posição, com o secretário de Estado, Marco Rubio, a dizer que qualquer transferência de habitantes de Gaza seria temporária.

Contudo, já hoje, Donald Trump insistiu na ideia de que a Faixa de Gaza será "entregue aos Estados Unidos por Israel no fim dos combates", acrescentando que os palestinianos "já teriam sido reinstalados (...) na região".

Para o efeito, garantiu ainda, "não serão necessários soldados americanos".

Leia Também: Israel segue EUA e abandona Conselho de Direitos Humanos da ONU

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