No domingo, a revista colombiana Cambio revelou que Diego Marín, conhecido como "Papá Smurf" ou "Smurf", doou 500 milhões de pesos (cerca de 117 mil euros) à campanha presidencial de Petro.
Outros meios de comunicação social avançaram que Petro e o novo chefe do Gabinete Presidencial, o ex-embaixador Armando Benedetti, se reuniram com Marín em Espanha, em janeiro de 2022.
"Devo declarar que nunca houve uma reunião com Benedetti, Diego Marín e eu em Madrid, Espanha, como alguns meios de comunicação social sugerem", garantiu o chefe de Estado, na rede social X.
"Houve apenas um evento público com centenas de colombianos no auditório público do sindicato espanhol UGT, que foi convocado publicamente e no qual eu apenas falei dando uma palestra", acrescentou Petro, que está de visita ao Dubai.
Petro admitiu que só viu Marín "uma vez", quando lhe foi apresentado "juntamente com outros cavalheiros como um empresário de Sanandresito", como são conhecidas as empresas na Colômbia que originalmente vendiam produtos importados isentos de impostos porque entravam no país através da ilha de San Andrés.
"Expliquei-lhe, sem saber quem era, que a minha política consistia em transformar as zonas de San Andrés de espaços de contrabando em espaços de produção nacional. Não ofereceu qualquer dinheiro para a campanha enquanto lá estive", acrescentou Petro.
Nessa reunião, acrescentou Petro, esteve também o empresário e político catalão Xavier Vendrell, que foi quem recebeu uma pasta com o dinheiro contribuído por Marín, no início de 2022.
O Presidente disse ter ordenado a devolução do dinheiro, algum tempo depois, quando tomou conhecimento da origem da contribuição.
No final de janeiro, Petro pediu a extradição de Marín, que foi detido em dezembro no norte de Portugal, depois de fugir de Espanha.
As autoridades da Colômbia querem acusar Marín de contrabando, suborno e participação numa organização criminosa.
A alegada ligação a Marín surgiu numa altura em que Petro enfrenta uma crise política, depois de, no domingo, ter pedido a demissão de todos os ministros e outros altos dirigentes da administração.
Isto cinco dias depois de uma reunião do gabinete ministerial, que durou seis horas, e foi transmitida pela televisão e pelas redes sociais, durante as quais Petro e vários membros do Governo se acusaram e repreenderam mutuamente por falhas de gestão.
Em causa esteve também a nomeação de Benedetti como chefe do gabinete presidencial.
Benedetti, também antigo senador, foi alvo de vários casos de corrupção e esteve envolvido num escândalo de violência doméstica em passado.
Leia Também: Petro pede a Portugal extradição do maior contrabandista da Colômbia