Possível abolição do Departamento de Educação marca audição de secretária nomeada

A audição no Senado norte-americano para a confirmação de Linda McMahon como secretária de Educação foi hoje marcada pelos esforços do presidente, Donald Trump, para abolir esse Departamento o mais breve possível, recebendo duras críticas dos democratas.

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© Bill Clark/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

Lusa
13/02/2025 17:05 ‧ há 2 horas por Lusa

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Na audição de confirmação perante o Comité de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), Linda McMahon, de 76 anos, foi confrontada com as declarações de Donald Trump, que admitiu pretender fechar o Departamento de Educação "imediatamente", tendo acrescentado que espera que a sua nomeada "perca o emprego".

 

O plano que está a ser considerado pela Casa Branca direcionaria a secretária de Educação a desmantelar o próprio Departamento dentro dos limites legais, enquanto o Governo instava o Congresso a aboli-lo completamente.

Durante sua campanha, Donald Trump prometeu aniquilar o Departamento de Educação, defendendo que as suas responsabilidades seriam devolvidas aos estados norte-americanos.

Essa posição gerou contestação junto dos democratas, de sindicatos de professores e de muitos pais, que veem essa política como um ataque sem precedentes à Educação pública, que perderia financiamento com a abolição do Departamento.

Durante a sessão de hoje, o senador democrata Bernie Sanders disse, na sua declaração de abertura, que os norte-americanos não podem permitir que o sistema educacional se torne "num sistema de duas camadas", em que uma família com poder aquisitivo pode enviar o seu filho para uma escola particular, enquanto "as escolas públicas acabarão sendo segregadas, não apenas por raça, mas por classe".

Sanders criticou ainda os esforços republicanos para abolir o Departamento de Educação, advogando que o objetivo não deveria ser abolir o Departamento, mas torná-lo mais eficaz.

"Na minha opinião, precisamos de um secretário de Educação que entenda que na nação mais rica da história do mundo, devemos ter o melhor sistema educacional deste planeta, desde creches até pós-graduação", defendeu.

Linda McMahon, que foi acusada de ser cúmplice no aliciamento e exploração sexual de crianças, não ecoou os apelos para eliminar o Departamento, mas expôs um plano vago para regressar ao período anterior ao estabelecimento do Departamento, em 1979, quando - argumentou - as autoridades estaduais e outras agências lidavam diretamente com muitas das funções atuais do Departamento de Educação.

Linda McMahon, que é conhecida nos Estados Unidos por ter liderado a 'World Wrestling Entertainment' (WWE, na sigla em inglês) e ajudar a transformar esse espetáculo num negócio multibilionário, indicou que procuraria "um Departamento de Educação com melhor funcionamento" e com programas mais eficientes que poderiam ser melhor implementados por diferentes agências federais.

 Anualmente, o Departamento de Educação distribui milhares de milhões de dólares em dinheiro federal para faculdades e escolas e administra o portfólio de empréstimos estudantis federais.

O Departamento de Educação também desempenha um papel regulatório importante em serviços para estudantes, desde aqueles com deficiências até crianças de famílias com baixos rendimentos.

Questionada especificamente sobre os planos de Trump de reduzir o tamanho do Departamento, McMahon respondeu: "Eu realmente sou totalmente a favor da missão do Presidente, que é devolver a Educação aos estados. Eu acredito, assim como ele, que a melhor educação está mais próxima da criança e não certamente em Washington DC". 

Ao longo da sessão, McMahon foi também questionada sobre os impactos das ordens executivas de Trump que proíbem esforços de diversidade, equidade e inclusão no Governo federal.

"As escolas públicas violariam essa ordem? Elas arriscariam ficar sem financiamento se tivessem clubes aos quais os alunos pudessem pertencer com base na sua identidade racial ou étnica?", questionou o senador democrata Chris Murphy.

"Eu certamente, hoje, não quero abordar situações hipotéticas", respondeu a nomeada por Trump.

A audição foi marcada por protestos de várias pessoas presentes na audiência, que acabaram retiradas da sala pela Polícia do Capitólio.

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