"Este será o meu último mandato no Senado", disse McConnell, sublinhando a sua "imensa gratidão por ter estado envolvido em assuntos tão importantes do Senado e da nação".
Senador do Kentucky desde 1985, McConnell exercerá funções até ao final do seu mandato em 2027.
Depois de vários problemas de saúde, a sua reforma não é uma surpresa em Washington, depois de ter já anunciado em 2024 que deixaria de ser o líder dos senadores republicanos, cargo que ocupava desde 2015.
Este especialista nos corredores do poder viu-se na linha da frente da luta contra as políticas do Governo do ex-Presidente democrata Barack Obama (2009-2017), mas também em apoio de Donald Trump, que chegou ao poder em janeiro de 2017.
Durante anos, McConnell fez jus à alcunha de "coveiro", habituado a enterrar as esperanças dos seus adversários democratas.
Na câmara alta do Congresso, o senador trabalhou para nomear juízes do Supremo Tribunal que, em 2022, anularam a garantia constitucional do direito ao aborto, para grande consternação dos progressistas americanos.
Mas a sua relação com Donald Trump foi tumultuosa.
Nos últimos anos, Mitch McConnell, considerado um negociador paciente e discreto, destacou-se como um dos maiores defensores da ajuda norte-americana a Kiev, defendendo incansavelmente o envio de novos fundos para este país invadido pela Rússia.
Neste combate, Mitch McConnell - que representa uma ala tradicional e bastante belicista do Partido Republicano - teve de lidar com a chegada ao Congresso de lugares-tenentes de Donald Trump, que adotam posições cada vez mais isolacionistas.
Desde o regresso de Donald Trump ao poder, McConnell apresentou-se como um dos raros senadores republicanos a ter votado contra a nomeação de certas personalidades escolhidas pelo Presidente para liderar várias agências e departamentos do Governo.
Mitch McConnell votou contra a confirmação de Robert Kennedy Jr. como secretário da Saúde, de Tulsi Gabbard como diretora dos serviços de informações e de Pete Hegseth como secretário da Defesa.
Contudo, isolado dentro do seu campo maioritário, os seus votos não foram suficientes para bloquear a sua nomeação.
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