Vitali Klitschko foi distinguido "em reconhecimento da sua extraordinária liderança e da promoção do empenho cívico nos desafios extremos da guerra", segundo a organização.
O prémio foi entregue na reunião plenária do Comité das Regiões Europeu, em Bruxelas, que concedeu também um reconhecimento especial a Bassam Aramin e Rami Elhanan pelo seu trabalho de reconciliação entre as comunidades palestiniana e israelita.
Atribuído pela quarta vez, o prémio foi criado pelo Comité das Regiões Europeu em cooperação com o município de Gdansk, na Polónia, e a Rede Internacional de Cidades-Refúgio (ICORN) e pretende destacar líderes locais - na política ou na sociedade civil -- "que lutam contra a intolerância, a radicalização, o discurso de ódio e a xenofobia", referiu uma nota informativa do Comité.
Rafal Trzaskowski, presidente da Câmara de Varsóvia, apontou o destaque mediático que Vitali Klitschko teve enquanto lutador de boxe, tendo sido campeão, frisando que "as suas verdadeiras lutas foram fora do ringue", na defesa dos direitos humanos.
"Receber este prémio é um privilégio, mas este prémio não me pertence. Pertence a milhares e milhares de cidadãos ucranianos, que apoiam as suas famílias, o seu país e lutam pelo futuro europeu", afirmou o autarca.
Klitschko lembrou que já foram raptados 55 presidentes de câmara e cinco foram mortos ao longo do conflito em curso na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022 com a invasão das forças russas.
"Pagaram o seu trabalho com a vida, por ajudarem as pessoas. A Ucrânia sempre foi um país pacífico, mas não tem outra escolha: temos de lutar e defender o nosso país do ataque" da Rússia, afirmou.
Segundo Vitali Klitschko, a "Federação Russa nunca aceitou que a Ucrânia queira fazer parte da União Europeia", pois Moscovo vê o país "como uma parte do império russo".
"É uma grande honra receber o Prémio Pawel Adamowicz. Não se trata apenas de um reconhecimento do meu trabalho como presidente da Câmara de Kiev e como político, mas também de um testemunho do compromisso inabalável com os valores da liberdade e da democracia, bem como do heroísmo de todo o povo ucraniano", acrescentou Vitaliy Klitschko.
O júri do prémio Mayor Pawel Adamowicz decidiu também atribuir uma menção especial a Bassam Aramin e Rami Elhanan, líderes comunitários, um palestiniano e outro israelita, que trabalham na reconciliação entre as comunidades.
Os representantes do Parents Circle - Families Forum (PCFF), uma organização de pais palestinianos e israelitas que perderam filhos no conflito israelo-palestiniano, foram igualmente homenageados pelo seu empenho conjunto na paz e na igualdade e pela sua procura de soluções não violentas baseadas na experiência partilhada de luto.
O autarca Pawel Adamowicz, que dá o nome ao galardão, foi um antigo presidente da Câmara de Gdansk que foi esfaqueado a 13 de janeiro de 2019, enquanto discursava num evento de caridade.
O seu assassinato foi precedido por um aumento do discurso de ódio dirigido a si. Foi um defensor dos valores fundamentais da União Europeia e era um membro ativo do Comité das Regiões Europeu.
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