Os dois líderes europeus vão encontrar-se com Donald Trump num contexto marcado pela aproximação do governante norte-americano à liderança de Moscovo, junto da qual tem tentado negociar o fim da invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que descreve o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como um "ditador sem eleições".
O Presidente francês adiantou hoje que transmitirá ao seu homólogo norte-americano que "não pode ser fraco" em relação ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e frisou que Paris e Washington partilham os mesmos interesses estratégicos.
"Vou dizer-lhe: 'Não pode ser fraco perante o Presidente Putin. Não é o seu caso, não é a sua marca, não é do seu interesse. Como pode ser credível perante a China se é fraco perante Putin?", afirmou o chefe de Estado durante uma conversa com internautas nas redes sociais.
Face às declarações de Trump sobre Zelensky, Macron defendeu que o líder ucraniano foi eleito por um "sistema livre".
"Ele é um Presidente eleito por um sistema livre. Não é o caso de Vladimir Putin, que há muito tempo mata os seus opositores e manipula as suas eleições", salientou Macron, apontando que "não se podem realizar eleições" num país em guerra e sob lei marcial.
Macron sublinhou igualmente que "ninguém tem o direito de dizer" que "a Ucrânia não tem o direito de aderir" à União Europeia (UE) ou à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, bloco de defesa ocidental).
"Penso que no momento em que nos encontramos, em que a Ucrânia está em guerra e a resistir e a perder os seus filhos todos os dias para defender o seu território, ninguém tem o direito de dizer que a Ucrânia não tem o direito de aderir à União Europeia ou à NATO", declarou o Presidente francês.
O chefe de Estado francês demonstrou-se também disposto a enviar forças de manutenção da paz para a Ucrânia, "dentro de um quadro planeado", e assim que a paz no país do leste europeu seja negociada.
"Não excluímos, num quadro planeado com os nossos aliados, poder contar com forças que, uma vez negociada a paz, possam contribuir para garantir a segurança na Ucrânia", disse Macron.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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