A vitória do filme 'Anora', do realizador independente Sean Baker, na 97.ª edição dos Óscares da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood fez com que a Rússia voltasse a falar da entrega de prémios norte-americana.
Segundo o The Guardian, esta foi a primeira vez que a televisão estatal russa voltou a falar da cerimónia desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. O filme, que venceu cinco das seis categorias a que estava nomeado, conta a história de uma 'stripper' norte-americana que se casa com o filho de um oligarca russo.
O ator russo Yura Borisov não venceu o prémio de Melhor Ator Secundário, mas ainda assim mereceu elogios pela sua prestação. "Borisov não levou para casa um Óscar pessoal (...) mas recebeu elogios pelo seu talento e profissionalismo de ninguém menos que Robert Downey Jr.", disse o pivot de um noticiário da televisão russa, citado pela publicação britânica.
Já para Sergei Markov, um analista político russo Sergei Markov, pró-Kremlin, a vitória mostra que a "cultura russa não pode ser anulada". "O Ocidente não conseguirá fugir do tema russo. E a cultura russa não pode ser cancelada. A Rússia não pode ser cancelada", escreveu na rede social Telegram.
Sublinhe-se que 'Anora', de Sean Baker, foi o vencedor da 97.ª edição dos Óscares, conquistando cinco das seis categorias para as quais estava nomeado, seguido de 'O Brutalista', com três prémios, enquanto 'Emilia Pérez' se limitou a dois.
'Anora' venceu os Óscares de Melhor Filme, Melhor Atriz (Mikey Madison), Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Montagem, reunindo quatro dos principais prémios.
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