"Apelamos a todas as partes para que retomem o diálogo com os mediadores nas negociações da segunda fase do acordo [para a Faixa de Gaza]", destacou António Costa.
O português divulgou o encontro com Mahmoud Abbas, na véspera da cimeira extraordinária da Liga dos Estados Árabes sobre Gaza, através da rede social X.
"A UE [União Europeia] apoia a Autoridade Palestiniana e a sua agenda de reformas. Ele precisa de desempenhar um papel crucial em Gaza no 'dia seguinte'", frisou.
"A UE insta todas as partes a envidarem todos os esforços para manter o acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns. A ajuda humanitária deve ser entregue imediatamente, em segurança e sem impedimentos a Gaza", acrescentou.
Important meeting with the president of the Palestinian Authority, Mahmoud Abbas, on the eve of the extraordinary summit of the League of Arab States on Gaza.
— António Costa (@eucopresident) March 3, 2025
The EU supports the Palestinian Authority and its reform agenda. It needs to play a crucial role in Gaza on the “day… pic.twitter.com/ttrW7VqXxE
A primeira fase do acordo, com a duração de 42 dias, entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de uma guerra devastadora em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel e expirou sábado.
As negociações deveriam continuar agora para negociar a segunda fase, que, de acordo com o Hamas, prevê "um cessar-fogo abrangente e permanente" e a "retirada completa" de Israel de Gaza.
Israel, por outro lado, quer que o movimento palestiniano liberte mais reféns como parte de uma extensão da primeira fase, em vez de passar para a segunda.
Dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque em Israel, em 07 de outubro de 2023, 62 continuam detidos em Gaza, incluindo 35 mortos, segundo o exército israelita.
O Governo de Netanyahu tem dito repetidamente que reserva ao direito de retomar os combates a qualquer momento para destruir o Hamas, se este não depor as armas.
No domingo, Israel disse ter aceitado um compromisso dos Estados Unidos, rejeitado pelo Hamas, que prevê um prolongamento da primeira fase da trégua durante o Ramadão e a Páscoa, até meados de abril.
O plano dos Estados Unidos estipula, segundo Israel, que "metade dos reféns [israelitas em Gaza], mortos e vivos", seriam repatriados no primeiro dia da sua entrada em vigor. Os restantes reféns seriam entregues "no final, se for alcançado um acordo de cessar-fogo permanente".
Perante a rejeição do Hamas, Israel bloqueou no domingo, até novas ordens, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde cerca de 2,4 milhões de palestinianos estão cercados pelo exército israelita desde outubro de 2023.
Já hoje, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou o Hamas com consequências que o movimento islamita palestiniano "não pode imaginar" se não libertar os reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza.
O movimento islamista palestiniano Hamas acusou, por sua vez, Israel de estar a tentar destruir o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que se encontra atualmente num impasse.
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