Numa declaração conjunta assinada hoje, por ocasião da visita de Shavkat Mirziyoyev a Paris, os dois dirigentes reafirmaram a vontade dos seus países de "cooperar no domínio dos minerais estratégicos".
A este respeito, recordaram a importância do quadro da "parceria estratégica para as matérias-primas críticas" assinada entre a União Europeia e o Uzbequistão em abril de 2024.
Coincidindo com o encontro entre os dois dirigentes, o grupo estatal francês Orano, que explora minas de urânio, anunciou um acordo com o seu parceiro uzbeque, Navoiyuran, para o desenvolvimento industrial do depósito de urânio de Djengeldi do Sul.
A Navoiyuran será o operador deste projeto conjunto com a Orano, no qual o grupo japonês Itochu também entrará com "uma participação minoritária" que não foi especificada no comunicado divulgado pelas partes.
Com base nos recursos certificados até à data, as minas de Djengeldi Sul deverão garantir uma produção de urânio durante dez anos, com um pico de 7.000 toneladas por ano.
A Orano, que estabeleceu um acordo-quadro em 2022 com o Estado uzbeque para a sua exploração, detinha inicialmente uma participação de 49%, enquanto a Navoiyuran controlava os restantes 51%.
Noventa por cento das exportações do Uzbequistão para França são urânio ou componentes deste mineral, que é estratégico para a França, uma vez que é o combustível das suas centrais nucleares, que geram mais de 70% da eletricidade do país.
O grupo estatal francês procura diversificar as suas fontes de abastecimento de urânio, depois de ter sido obrigado a suspender a exploração mineira no Níger devido às tensões entre o regime deste país africano e Paris.
Macron visitou o Uzbequistão no início de novembro de 2023, tendo na altura acordado com o seu homólogo um plano económico para o período 2020-2030.
Leia Também: Macron pede a aliados que planeiem garantias de segurança