Turcos em Damasco após acordo do Governo interino com grupo armado curdo

Uma delegação de altos responsáveis turcos realizou hoje uma visita repentina a Damasco, após o Governo interino sírio ter chegado a acordo para integrar um grupo armado liderado por curdos e apoiado pelos EUA no Exército da Síria.

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© OZAN KOSE/AFP via Getty Images

Lusa
13/03/2025 23:07 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Síria

O acordo para integrar as Forças Democráticas Sírias (FDS) no Governo sírio ocorreu após violentos confrontos que eclodiram na semana passada entre as forças de segurança do governo e homens armados leais ao líder deposto Bashar Al-Assad.

 

Os grupos de monitorização disseram que centenas de civis foram mortos na violência nas comunidades costeiras da Síria, tendo como alvo sobretudo membros da minoria religiosa alauita, à qual pertence Assad.

Ahmed al-Chareh, presidente interino da Síria e antigo rebelde, encontrou-se com Hakan Fidan, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Yasar Guler, ministro da Defesa, e Ibrahim Kalin, chefe dos serviços de informação turcos.

Esta delegação de alto nível da Turquia estava acompanhada pelo embaixador turco na Síria, Burhan Koroglu.

De acordo com a agência de notícias local DHA, um funcionário do Ministério da Defesa turco, que falou sob anonimato, sublinhou que Ancara pretende examinar "como o acordo alcançado será implementado e os seus reflexos no terreno.

O responsável acrescentou que as expectativas da Turquia em relação à Síria não se alteraram.

"Não há qualquer alteração nas nossas expectativas para o fim das atividades terroristas na Síria, o desarmamento de terroristas e a expulsão de terroristas estrangeiros da Síria", destacou esta autoridade turca.

A Turquia designa as FDS e o seu braço militar, as Unidades de Proteção Popular, como organizações terroristas por causa das suas ligações ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está banido.

Enquanto a delegação turca voava sem aviso prévio para Damasco, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan entregou prémios por "benevolência e bondade" a Ragheed al-Tatari, um ex-piloto de caças sírio preso durante 43 anos.

Al-Tatari foi preso durante o governo dos presidentes sírios Hafez al-Assad e, mais tarde, Bashar al-Assad. Estava detido desde 1981. Há relatos contraditórios sobre a sua detenção, incluindo a recusa em bombardear a cidade de Hama e a falha em relatar uma tentativa de deserção de um piloto.

A sua detenção, descrita por grupos de defesa dos direitos humanos como uma das mais longas para um prisioneiro político na Síria, terminou em dezembro, quando as forças da oposição o libertaram.

Num discurso em palco, Erdogan elogiou al-Tatari, chamando-lhe "o corajoso piloto sírio que ouviu a sua consciência".

Al-Chareh foi colocado à frente do país como presidente de transição após a queda de Al-Assad, que fugiu para a Rússia em dezembro, pondo fim a quase um quarto de século à frente do país, depois de ter sucedido, em 2000, ao seu pai, Hafez al-Assad, que liderava a Síria desde 1971.

Leia Também: Curdos dizem que nova Constituição não reflete a diversidade do povo sírio

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