Enviado dos EUA leva mensagem de Putin sobre tréguas para Trump

O enviado norte-americano Steve Witkoff vai levar uma mensagem do Presidente da Rússia para o homólogo dos Estados Unidos sobre a proposta de tréguas na Ucrânia, anunciou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).

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Lusa
14/03/2025 10:44 ‧ há 2 horas por Lusa

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Dmitri Peskov disse que Vladimir Putin entregou a mensagem a Witkoff quando recebeu o enviado de Donald Trump na quinta-feira, em Moscovo.

 

Referiu que Putin "transmitiu informações e sinais adicionais ao presidente Trump através de Witkoff".

"Putin apoia a posição de Trump sobre o acordo, mas levantou algumas questões que precisam de ser respondidas em conjunto", afirmou Peskov, citado pela agência espanhola EFE.

Peskov disse que Putin falará diretamente com Trump assim que Witkoff informar o presidente dos Estados Unidos sobre o resultado das negociações em Moscovo.

"Quando o senhor Witkoff levar toda a informação ao presidente Trump, determinaremos o momento de uma conversa" entre os dois líderes, disse Peskov, também citado pela agência francesa AFP.

Peskov admitiu que "há um entendimento de ambos os lados de que essa conversa é necessária", mas reafirmou que ainda não foi marcada.

"Há certamente motivos para um otimismo cauteloso", disse, acrescentando que "ainda há muito a fazer".

Pressionada pelos Estados Unidos, a Ucrânia aceitou no início da semana uma trégua de 30 dias imediata e incondicional, desde que fosse seguida também pela Rússia, que até agora se absteve de dar uma resposta clara.

Putin expressou reservas na quinta-feira, citando "questões importantes" a serem resolvidas primeiro, mas tendo o cuidado de não rejeitar completamente a iniciativa de Trump.

"Estamos a favor, mas há 'nuances'", disse o presidente russo, afirmando que queria "discutir o assunto" com os Estados Unidos e "talvez telefonar" a Trump.

"A Rússia concorda com a proposta de cessar as ações militares, mas partimos do princípio de que isso deve conduzir a uma paz duradoura e eliminar as razões originais da crise", afirmou.

Antes de ordenar a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin exigiu aos Estados Unidos e à NATO garantias em forma de tratado de que a Ucrânia e a Geórgia nunca fariam parte da Aliança Atlântica.

Exigiu também que a NATO retirasse as suas forças para as fronteiras anteriores ao alargamento a leste, quando integrou antigas repúblicas soviéticas.

Ambas as exigências foram rejeitadas pelos Estados Unidos e pela NATO (sigla inglesa da aliança de defesa Organização do Tratado do Atlântico Norte), de que Portugal é um dos países fundadores.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou na quinta-feira os "comentários manipuladores" do homólogo russo, acusando Putin de "arrastar as coisas".

Trump, ao descrever os últimos comentários de Putin como "muito promissores", avisou que "seria um momento muito dececionante para o mundo" se Moscovo rejeitasse o plano de suspensão dos combates na Ucrânia por 30 dias.

"Gostaria de me encontrar com ele ou de falar com ele", disse Trump na quinta-feira, segundo a AFP.

O presidente dos Estados Unidos insistiu, no entanto, que a questão das tréguas deve ser resolvida rapidamente.

Leia Também: Trump quer isentar de impostos quem ganha menos de 150 mil dólares/ano

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