O exército ucraniano negou, esta sexta-feira, que as forças ucranianas estejam cercadas pelas tropas russas em Kursk, uma ideia transmitida há alguns momentos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Os relatos sobre o alegado cerco do inimigo às unidades ucranianas na região de Kursk são falsos e estão a ser criados pelos russos para fins políticos e para pressionar a Ucrânia e os seus parceiros", afirmou o exército, citado pela Sky News.
O comunicado em causa dá ainda conta de que a situação nesta região não mudou 'do dia para a noite' e que o combate em Kursk continua, com Kyiv a "repelir a ofensiva do inimigo e a infligir danos de fogo eficazes com todos os tipos de armas."
"Não há qualquer ameaça de cerco às nossas unidades", garante o exército.
Note-se que a clarificação do exército surge depois de o chefe de Estado dos EUA escreveu uma publicação na sua plataforma Truth Social, na qual explicava que Washington tinha pedido "vivamente ao presidente Putin que as vidas dos ucranianos fossem poupadas". Na publicação, Trump considerou que "seria um massacre horrível, como não se vê desde a Segunda Guerra Mundial."
No âmbito do possível acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, chegou na quinta-feira a Moscovo, onde falou com o presidente russo, Vladimir Putin. No seguimento desta conversa, Trump considerou que "há boas hipóteses" de a guerra acabar.
O exército russo reivindicou esta sexta-feira a recuperação da cidade de Goncharovka, na região russa de Kursk, no mais recente exemplo dos rápidos avanços de Moscovo na zona, que está ocupada pelas forças ucranianas desde o verão de 2024.
Recorde-se que os Estados Unidos apelaram a uma trégua o mais rapidamente possível e exerceram pressão sobre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que acabou por aceitar, na terça-feira, uma cessação das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.
Trump, que adotou muitas das posições da Rússia, quer que Moscovo silencie rapidamente as armas, mas o presidente russo, parece estar a arrastar uma decisão. Se, por um lado, Yuri Ushakov, conselheiro de Putin, disse que Moscovo iria recusar o acordo, que "não é mais do que uma pausa temporária para os militares ucranianos", o próprio presidente disse que admitiria aceitar o acordo, exigindo acertar "alguns detalhes".
[Notícia atualizada às 16h08]
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