O ataque ao comboio saldou-se na morte de 21 passageiros, quatro soldados e 33 atacantes.
Já na semana passada, o Paquistão tinha acusado o Afeganistão de dar guarida e cobertura ao Exército de Libertação do Baluchistão (BLA, ao qual se atribui a operação), mas hoje, o seu embaixador nas Nações Unidas, Munir Akram, foi mais longe e disse que esse grupo agiu "por procuração" da Índia.
"Temos provas de que este ataque foi planeado e financiado pelo nosso principal adversário (a Índia, embora não a tenha nomeado), utilizando os seus agentes no Afeganistão", afirmou, explicando que o objetivo último destes ataques é sabotar a aproximação do Paquistão à China.
"O ataque ao comboio e outros ataques terroristas foram claramente concebidos para destabilizar o Paquistão e impedir a cooperação do Paquistão com a China e a concretização do "corredor económico China-Paquistão", disse o embaixador Akram durante uma reunião do Conselho de Segurança destinada a analisar a situação no Afeganistão.
O corredor mencionado pelo diplomata é um projeto multimilionário de investimento chinês no Paquistão.
Na terça-feira passada, o BLA tomou o controlo do comboio Jaffar Express, que se dirigia de Quetta para Peshawar, após um ataque bombista quase à entrada de um túnel na região montanhosa de Bolan. O grupo fez reféns 440 passageiros, entre os quais mulheres e crianças e mais de 100 agentes de segurança.
O Exército paquistanês confirmou a morte de 21 pessoas durante o sequestro, ao passo que quatro soldados e 33 membros do BLA foram mortos durante a operação.
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