"As hostilidades devem cessar imediatamente e as negociações devem ser retomadas de boa-fé sob os auspícios norte-americanos", declarou Macron ao lado do rei jordano, Abdullah II, que recebeu no Palácio do Eliseu.
"Apelamos para o fim definitivo das hostilidades e para a libertação de todos os reféns" mantidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, acrescentou.
O monarca jordano condenou também "uma fase extremamente perigosa" que está a acrescentar "mais devastação a uma situação humanitária já desastrosa" e apelou à comunidade internacional para que aja "imediatamente" para que "o cessar-fogo seja retomado".
Defendeu também a retoma da ajuda internacional, lamentando "o bloqueio" por Israel do abastecimento de água e de eletricidade ao enclave, que "põe em perigo a vida de uma população extremamente vulnerável".
Segundo Emmanuel Macron, a retomada do conflito é "trágica para os palestinianos de Gaza, novamente mergulhados no terror dos bombardeamentos; trágica para os reféns e suas famílias, que vivem o pesadelo da espera e da incerteza de uma libertação que desejamos acima de tudo; e trágica para toda a região, que tenta reerguer-se depois de mais de um ano de guerra e de convulsões".
O chefe de Estado francês afirmou também que o Hamas "foi derrotado" e que está "desprovido do patrocinador que o levou ao crime de 07 de outubro" de 2023, data em que lançou o seu mortífero ataque sem precedentes a Israel, referindo-se ao Irão.
"O eixo da resistência [islâmica] é hoje uma ilusão", sustentou Macron, referindo-se novamente a Teerão e aos seus aliados no Médio Oriente, entre os quais o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah, consideravelmente enfraquecidos pelos ataques israelitas.
O Presidente francês apelou para o "regresso à via de uma solução política", expressando o seu apoio ao plano dos líderes árabes para Gaza, "que propõe um quadro credível de reconstrução e elementos para garantir a segurança e instalar uma nova governação que não pode ser a do Hamas".
Para Macron, "as sementes de uma nova arquitetura de segurança" regional "estão aí", mas "falta atualmente uma peça a este conjunto eminentemente complexo: um Estado palestiniano".
Recordou ainda que vai copresidir, em junho, nas Nações Unidas, a uma "conferência sobre os dois Estados", palestiniano e israelita, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Salman, com quem deverá também "trocar impressões" hoje à noite.
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