Presidente defende "independência" de justiça fustigada por Netanyahu

O Presidente israelita defendeu hoje a "força e independência" do poder judicial do país, descrito pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em julgamento por corrupção e alvo de nova investigação, como "instrumentalizado por esgotos estatais esquerdistas".

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Lusa
19/03/2025 22:49 ‧ há 6 horas por Lusa

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Israel

Os comentários de Netanyahu foram feitos no segundo dia de intensos protestos de milhares de pessoas em torno da sua residência em Jerusalém, contra a sua decisão de demitir Ronen Bar, chefe do Shin Bet, após este serviço de informações interno receber instruções da Procuradoria israelita para que investigue alegadas ligações de funcionários do gabinete do primeiro-ministro ao Qatar.

 

O primeiro-ministro israelita, que paralelamente enfrenta três julgamentos por corrupção, recorreu hoje às redes sociais para afirmar que "os esgotos estatais esquerdistas estão a usar o sistema judicial" contra si, equiparando-se ao Presidente norte-americano, Donald Trump, seu aliado, que também foi alvo de diversas acusações judiciais, uma das quais resultou em condenação.

"Nos Estados Unidos e em Israel, quando um forte líder de direita ganha uma eleição, os esgotos estatais esquerdistas instrumentalizam o sistema judicial para frustrar a vontade do povo", publicou Netanyahu.

"Não ganharão em nenhum destes lugares!", adiantou.

Poucos minutos depois, o Presidente Isaac Herzog saiu em defesa do poder judicial israelita "forte e independente", que "é um trunfo para a democracia" israelita.

"O Presidente de Israel tem muito orgulho nisso", publicou Herzog nas redes sociais.

Netanyahu anunciou no domingo que o Governo vai votar esta semana a demissão de Bar, apenas três semanas depois da ordem da Procuradoria israelita ao Shin Bet, num escândalo conhecido como "Qatargate".

O líder da oposição israelita, Yair Lapid, anunciou já um pedido conjunto dos partidos de oposição ao Supremo Tribunal para impedir a demissão do diretor do Shin Bet.

Lapid deixou claro que a tentativa de demitir Bar "é motivada por um único motivo: a investigação 'Qatargate'".

Netanyahu defendeu na segunda-feira que a sua decisão de despedir Bar ocorreu depois de ter perdido a sua confiança no responsável.

Bar respondeu numa longa declaração, noticiada pela imprensa israelita, salientando que "o dever de confiança do diretor do Shin Bet é, antes de mais, para com os cidadãos de Israel".

"A expectativa de lealdade pessoal do primeiro-ministro é fundamentalmente errónea e diretamente contrária à lei do Shin Bet", adiantou.

Netanyahu está também a enfrentar tensões crescentes com a procuradora-geral Gali Baharav-Miara, a quem acusou de "traição perigosa" e "uma tentativa de usurpar o governo" ao posicionar-se contra a demissão de Bar.

Além disso, Netanyahu tem comparecido em tribunal vários dias por semana desde 10 de dezembro para ser julgado por três casos de corrupção.

O seu depoimento final, previsto para terça-feira, foi cancelado devido ao início da nova ofensiva de Israel em Gaza, que já provocou mais de 400 mortos.

O Governo de coligação de Israel rejeitou hoje um projeto de lei para a criação de uma comissão de inquérito estatal sobre as falhas de segurança durante os ataques de 07 de outubro de 2023 do Hamas.

Segundo reporta o diário The Times of Israel, o ministro da Justiça israelita, Yariv Levin, declarou que "não confiará numa comissão cujos membros são escolhidos pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Isaac Amit", uma figura contra a qual já se manifestou várias vezes.

A comissão em questão, cujos membros deveriam ser escolhidos por Amit, teria poderes para investigar o que aconteceu nesse dia, mediante intimação e de forma totalmente independente do Governo.

Benjamin Netanyahu rejeitou repetidamente o inquérito.

Leia Também: Isaac Herzog reitera esforços para recuperar todos os reféns israelitas

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