Segundo o major-general Eyal Zamir, o objetivo desta equipa "externa" é também elaborar mecanismos para pôr em prática as "lições aprendidas".
"A seleção dos membros da equipa assentou na riqueza da sua experiência e profunda familiaridade com variadas áreas da atividade militar e no desejo de criar uma mistura que permitisse perspetivas diversas", explicou o Exército num comunicado.
A missão do grupo consistirá em "aprofundar os resultados das investigações" do Estado-Maior, analisando as suas conclusões e as lições daí retiradas.
De acordo com a nota de imprensa, o grupo terá capacidade para recomendar uma nova investigação de acontecimentos que o exijam.
"Nas próximas semanas, a equipa apresentará ao chefe do Estado-Maior as primeiras conclusões, seguidas de uma proposta de plano para aplicar as lições aprendidas de forma inclusiva, ao mesmo tempo que supervisionará a sua assimilação aos diferentes níveis", acrescentou o Exército.
Nas últimas semanas, o Exército israelita divulgou os resultados das investigações sobre as suas ações a 07 de outubro de 2023, o dia em que milícias lideradas pelo Hamas, se infiltraram em Israel a partir da Faixa de Gaza, mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 251.
Muitos destes inquéritos internos revelaram atrasos substanciais na chegada das tropas aos 'kibutz', as comunidades agrícolas próximas da fronteira com Gaza que foram alvo do ataque de dimensões sem precedentes do movimento islamita palestiniano.
Um dos casos mais apontados foi o de Nir Oz, onde as tropas israelitas demoraram quase sete horas a chegar e, quando o fizeram, foi 40 minutos depois de as milícias de Gaza terem abandonado o local.
No total, foram ali mortas 46 pessoas durante o ataque (41 residentes do 'kibutz' e cinco pessoas que fugiam do festival de música Nova, onde ocorreu outro massacre) e 76 foram sequestradas.
Na quarta-feira, foi também divulgado o inquérito sobre o 'kibutz' Alumim, onde os membros das milícias chegaram às 07:00 locais do dia 07 de outubro, ao passo que os militares só apareceram às 11:40, obrigando as equipas de segurança da comunidade a lutar sozinhas durante mais de quatro horas.
Em Alumim, 57 pessoas foram mortas e cinco foram sequestradas.
Embora o Exército e o Shin Bet (serviço de informações internas) tenham realizado inquéritos internos, ainda não foi aberta em Israel uma investigação do Estado para avaliar a responsabilidade política pelo ataque de 07 de outubro, que desencadeou no mesmo dia a guerra ainda em curso na Faixa de Gaza, que já fez pelo menos cerca de 50.000 mortos e mais de 111.000 feridos, na maioria civis.
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