Wang e Ishiba encontraram-se na sexta-feira passada em Tóquio, numa receção de cortesia organizada pelo líder japonês, na véspera de uma reunião trilateral entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do Japão, da Coreia do Sul e da China, com o objetivo de promover a futura cooperação entre os três países vizinhos.
Após a reunião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês emitiu um comunicado em que afirmava que Ishiba "reconhece plenamente o importante significado" dos quatro documentos assinados entre as duas nações, aquando do estabelecimento das relações diplomáticas em 1972, e que o dirigente japonês "respeita as posições definidas pela parte chinesa".
O Japão instou Pequim a "retirar imediatamente" a declaração, que "não resiste" aos factos, disse hoje o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa.
Hayashi considerou "lamentável" que o Governo chinês tenha emitido uma declaração que "não corresponde à verdade".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês também condenou a declaração chinesa numa nota, afirmando que durante o encontro com Wang, Ishiba "sublinhou a necessidade de reduzir as preocupações" nas relações bilaterais, incluindo "a situação no Mar do Leste da China", "garantir a segurança dos cidadãos japoneses detidos na China" e o levantamento das restrições chinesas à importação de marisco japonês.
Os documentos assinados entre Tóquio e Pequim em 1972 resultaram no estabelecimento de relações diplomáticas oficiais entre os dois países e no corte desses laços entre o Japão e a República da China (Taiwan).
O Japão culminou assim o seu processo de reconhecimento formal do regime do Partido Comunista como "único governo legal" do país, embora desde então Tóquio tenha promovido intercâmbios bilaterais com Taiwan nos domínios político, económico, educativo e da saúde.
Na reunião realizada no sábado em Tóquio, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Japão, da China e da Coreia do Sul concordaram que a próxima cimeira entre os seus líderes deveria realizar-se em breve e apelaram a uma "visão para o futuro" nas respetivas relações.
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