A embarcação, que não tinha certificado, nome ou número de registo portuário, foi avistada por volta das 08h00 (00h00, em Lisboa) de domingo a cerca de 20 milhas náuticas (37 quilómetros) a noroeste de Yong'an, na cidade de Taoyuan, e foi intercetada por um barco de patrulha da CGA quando se encontrava dentro das "águas restritas" de Taiwan.
Após uma inspeção, as autoridades taiwanesas descobriram cerca de 500.000 litros de combustível a bordo da embarcação, o que levou a suspeitas de que "pretendia fornecer combustível a outras embarcações chinesas que tinham atravessado ilegalmente a fronteira marítima", lê-se no comunicado.
"Os seis membros da tripulação são de nacionalidade chinesa, todos sem documentos de identidade. Foram escoltados de volta ao porto de Taipé e estão aí detidos para investigação", disse a CGA, observando que os navios chineses "esperam frequentemente pela oportunidade de atravessar a fronteira e operar" nas águas do norte de Taiwan.
"A fim de manter a ordem marítima e proteger os direitos dos pescadores, para além de reforçar regularmente as patrulhas na nossa jurisdição, realizamos também operações em grande escala, centradas na investigação e detenção de navios de abastecimento de combustível, com o objetivo de cortar o apoio logístico aos navios do continente que atravessam a fronteira", concluiu o texto oficial.
Num comunicado separado divulgado pela agência noticiosa estatal CNA, a CGA sublinhou hoje que este "não é o primeiro caso" de navios chineses sem certificado, nome ou número de registo portuário, também conhecidos como "navios negros", que entram nas águas restritas ou proibidas de Taiwan.
Relativamente a este navio em particular, a Guarda Costeira pedirá aos seis membros da tripulação que contactem familiares ou amigos para confirmar a sua identidade e imporá sanções administrativas.
"Quanto ao navio apreendido e às pessoas envolvidas, tudo será tratado no prazo de três meses após o incidente", declarou a autoridade marítima, que esclareceu que deportará os tripulantes logo que eles paguem as respetivas multas.
De acordo com a lei local, as autoridades de Taiwan estão autorizadas a expulsar ou apreender navios e cargas, deter a tripulação ou tomar "quaisquer medidas defensivas necessárias" em relação a navios chineses que entrem em "águas restritas ou proibidas" sem autorização prévia.
O governo de Taiwan aumentou o controlo sobre os navios chineses que operam nas proximidades do seu território depois de ter sofrido vários cortes de cabos submarinos este ano.
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