Após quase dez anos na oposição, em que os conservadores australianos governaram o país, o Partido Trabalhista de Anthony Albanese, de centro-esquerda, chegou ao poder em maio de 2022 com uma maioria minoritária de 77 dos 151 deputados e 40 dos 76 senadores.
"Nos últimos anos, o mundo tem colocado muita pressão sobre a Austrália nestes tempos de incerteza", disse o primeiro-ministro aos jornalistas, acrescentando que, "graças à força e à resiliência demonstradas pelo povo, a Austrália está a ultrapassar este obstáculo. Hoje, 3 de maio, vão escolher como seguir em frente", acrescentou
O Governo conservador profundamente impopular de Scott Morrison, afastado do poder nas eleições de 2022, tem agora um novo líder, Peter Dutton, um antigo detetive da polícia que ganhou reputação sobretudo pela sua posição dura em matéria de segurança das fronteiras e por ser um crítico acérrimo da China.
De acordo com as sondagens, Anthony Albanese está empatado com o conservador Peter Dutton, de 54 anos, que quer reduzir a imigração e reverter a proibição da energia nuclear.
Dutton deu a entender que as suas prioridades internacionais seriam diferentes das dos recentes primeiros-ministros, caso o seu partido ganhe as eleições.
O candidato conservador disse este mês que planeava ir primeiro aos Estados Unidos para se encontrar com o Presidente Donald Trump e garantir termos comerciais preferenciais.
"Acredito que, se houver uma mudança de governo, poderei trabalhar com a administração Trump Mark 2 para obter melhores resultados para os australianos", disse Dutton ao 'think tank' de política internacional do Lowy Institute, em Sydney.
Dutton recebeu uma repreensão de Pequim em 2019, quando atacou o Partido Comunista Chinês num discurso com acusações de dirigir ciberataques, roubar propriedade intelectual e suprimir a liberdade de expressão.
"Rejeitamos categoricamente as acusações irracionais do Sr. Dutton contra a China, que são chocantes e sem fundamento", disse a Embaixada da China na Austrália em um comunicado.
As relações entre a China e a Austrália melhoraram desde que o governo do atual primeiro-ministro Anthony Albanese foi eleito.
A China, por sua vez, levantou uma série de barreiras comerciais oficiais e não oficiais que custaram aos exportadores australianos 20 mil milhões de dólares australianos (cerca de 11,6 mil milhões de euros) por ano nos últimos anos do governo conservador anterior.
Cooperaremos onde for possível, discordaremos onde for necessário e empenhar-nos-emos no interesse nacional", diz Albanese frequentemente sobre as relações da sua administração com Pequim.
A Austrália, uma superpotência mineira, vai escolher entre dois candidatos com ideias radicalmente opostas sobre as alterações climáticas e a redução das emissões.
O governo de Albanese colocou a Austrália no caminho da descarbonização, lançando as bases para um futuro em que as exportações de minério de ferro e carvão deixem de dominar a economia.
O seu lema eleitoral é "Construir o futuro da Austrália", um programa que inclui grandes subsídios para as energias renováveis e a indústria verde.
Em contrapartida, Dutton, cujo lema é "Colocar a Austrália de novo no bom caminho", prometeu eliminar os objetivos de redução das emissões a curto prazo.
Leia Também: Representante da República na Madeira ouve partidos no domingo