"Estamos com mais de duas mil pessoas infetadas e 45 óbitos", avançou o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, em declarações aos jornalistas ao fazer o balanço de três dias de visita de trabalho a Nampula no norte do país, que concluiu no sábado.
Destacou, contudo, que dos 45 mortos provocados pela cólera, apenas sete morrem nas unidades de saúde de Nampula, e os restantes nas comunidades, apontando dificuldades criadas pela onda de desinformação sobre a doença, que tem provocado a destruição de instituições de saúde na província, bem como ataques aos profissionais de saúde.
"Se nós envolvermos todos os estratos sociais, os que trabalham com essas pessoas nas nossas comunidades locais (...) para disseminar que o que está a ser partilhado é uma desinformação e que não é verdade que os profissionais de saúde é que trazem cólera, as pessoas podem acreditar mais", apelou.
As autoridades de saúde moçambicanas tinham confirmado até 26 de março um total de 37 mortos vítimas de cólera naquela província, e um acumulado de 1.994 casos, desde o início do surto, em 17 de outubro, atualmente em cinco distritos, casos de Nampula, Larde, Mogovolas, Murrupula e Angoche.
Devido à onda de desinformação, com as comunidades a acusarem os técnicos de saúde no terreno de estarem a propagar a doença, populares de Mogovolas destruíram o centro de tratamento da cólera, bem como o bloco operatório do parceiro estratégico do Governo, a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras.
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