Defesa ou coesão social? "Ideia de que é necessário escolher é errada"

António Costa destacou ainda que a posição da Hungria sobre uma possível adesão da Ucrânia na União Europeia é "posição diversa e isolada".

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© EU Council / Pool/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto
01/04/2025 09:34 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

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União Europeia

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu que a "ideia de que é necessário escolher entre investir em defesa e em coesão social é uma escolha errada" e sublinhou ainda de que "o princípio de integridade territorial tem de ser preservado" no caso da Gronelândia.

 

Numa entrevista à Rádio Renascença, após a participação no encontro SOS Oceano, em Paris, António Costa foi questionado sobre se o investimento nos oceanos e clima seria colocado em segundo plano, tendo em conta a discussão que tem havido na União Europeia sobre a defesa e segurança e a resposta foi clara: "Não. Não pode e não deve". 

"Não pode porque se trata de uma questão essencial para a sobrevivência da humanidade. Em segundo lugar, quando falamos em defesa, essa é uma parte da questão da segurança. E a segurança climática engloba tudo. Tem que ser uma prioridade, que não pode ficar esquecida por estas emergências dos conflitos armados neste momento", afirmou.

Já sobre se a coesão poderá ficar para trás, o presidente do Conselho Europeu salientou que "ela é absolutamente essencial" para a segurança e defesa para manter a "coesão das nossas cidades".

"Essa ideia de que é necessário escolher entre investir em defesa e em coesão social é uma escolha errada. Temos que reforçar a coesão social para ter capacidade de sustentar a nossa defesa coletiva, para que as cidades tenham energia, força e determinação para enfrentar os desafios da defesa", notou António Costa, destacando "as primeiras medidas apresentadas pela Comissão Europeia" que têm como objetivo "dar margem orçamental para os Estados poderem investir mais em defesa, sem sacrificar outros investimentos".

Perguntado sobre se partilha uma preocupação geoestratégica relativa à Gronelândia, o presidente do Conselho Europeu negou, mas destacou "uma outra dimensão".

"A Gronelândia é uma parte do território da Dinamarca e o princípio de integridade territorial tem de ser preservado onde quer que seja. Na Ucrânia, na República Democrática do Congo e, permita que diga, por melhor razão, tem de ser preservada num Estado-membro da União Europeia", sublinhou. 

E acrescentou: "A União Europeia nunca poderá conformar-se com qualquer tipo de ameaça sobre a integridade territorial de um Estado -membro, designadamente, neste caso, da Dinamarca".

Na entrevista, António Costa falou ainda acerca dos oceanos, destacando que "o atlântico é uma parte central da economia azul" e que "há ainda muito por descobrir nos oceanos".

"Esse aumento do conhecimento sobre os oceanos é absolutamente crítico para a gestão climática e também para o futuro da nossa economia e da nossa sobrevivência", notou. 

Já sobre a guerra na Ucrânia e a posição da Hungria sobre a adesão do país na União Europeia, disse: "Em primeiro lugar, quando há 26 de um lado e um do outro não há propriamente uma divisão. Há um que está isolado. Em segundo lugar, a divisão não é sobre a Ucrânia, mas sobre qual a melhor forma de chegar mais rapidamente à paz na Ucrânia. Os 26, a União Europeia acredita que a melhor forma de chegar à paz é apoiar a Ucrânia para que esta não tenha de capitular. Porque a paz não pode ser a paz da rendição, não pode ser a paz dos cemitérios. Tem de ser uma paz justa e duradoura".

António Costa acrescentou ainda que acreditam que "a melhor forma é dar força à Ucrânia para que possa estar na melhor posição de força para negociar. A Hungria tem uma posição diversa e isolada". 

Leia Também: "Europa deve dialogar com parceiros e evitar confrontação entre blocos"

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