Num comunicado, o Governo da região semiautónoma chinesa acusou Washington de tentar "intimidar os dirigentes encarregados de protegerem a segurança nacional" da China.
As sanções, impostas na segunda-feira, ao abrigo de uma lei norte-americana que defende a democracia na região administrativa especial chinesa, visam o comissário da polícia, Raymond Siu Chak-yee, e o secretário para a Justiça de Hong Kong, Paul Lam Ting-Kwok.
"Isto expôs claramente a barbárie dos EUA sob a sua hegemonia, que é exatamente a mesma que as suas recentes táticas de intimidação e coação de vários países e regiões", disse o Governo da região chinesa.
O chefe do executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, encontrava-se já sujeito a sanções dos EUA, mas as autoridades da cidade garantiram que "não se deixam intimidar por este comportamento desprezível".
As sanções "demonstram o empenho da administração Trump em responsabilizar aqueles que privam os residentes de Hong Kong dos direitos e liberdades protegidos ou que cometem atos de repressão transnacional em solo americano ou contra pessoas americanas", afirmou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em comunicado.
O departamento de Estado dos EUA evidenciou ainda o papel de alguns destes funcionários nos esforços para "intimidar, silenciar e assediar 19 ativistas pró-democracia" que fugiram para o estrangeiro, incluindo um cidadão norte-americano e quatro residentes nos EUA.
O Governo de Hong Kong descreveu as pessoas mencionadas pelos Estados Unidos como fugitivos com mandados de captura, mas "não porque exerceram a sua liberdade de expressão".
Eles "continuam a envolver-se descaradamente em atividades que colocam em risco a segurança nacional, incluindo incitar a secessão e solicitar que países estrangeiros imponham 'sanções' ou bloqueios e se envolvam em outras atividades hostis" contra a China e Hong Kong, referiu o comunicado.
"Os EUA difamaram e espalharam deliberadamente comentários irresponsáveis ??sobre as medidas e ações tomadas pelo Governo (...), numa tentativa de enganar o público", lamentaram as autoridades de Hong Kong.
As sanções norte-americanas têm por efeito o congelamento dos bens de todos estes indivíduos nos Estados Unidos e a proibição de quaisquer transações financeiras com os visados.
"Os EUA têm ignorado o princípio da não interferência ao abrigo do direito internacional, interferindo nos assuntos internos de outros países, aliciando agentes, instigando 'revoluções coloridas'", disse o Governo de Hong Kong.
Pequim impôs a Lei da Segurança Nacional na região de Hong Kong em 2020, um ano depois de manifestações antigovernamentais maciças e por vezes violentas.
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