Numa rara frente unida desde o regresso do líder republicano à Casa Branca, em janeiro, vários funcionários e órgãos do Partido Democrata apresentaram na segunda-feira uma ação judicial num tribunal federal em Washington contra o que descrevem como "um perigo para a democracia norte-americana".
Na queixa, os subscritores denunciam um decreto assinado por Donald Trump que visa reformar profundamente o sistema eleitoral, em particular a organização do voto postal, muito popular nos Estados Unidos.
Alguns estados, que gerem eleições federais, permitem que os boletins de voto que chegam depois do dia das eleições sejam contados, caso tenham sido colocados antes do fecho das urnas.
Esta flexibilidade não agrada ao Presidente republicano, que nunca reconheceu a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020 contra o democrata Joe Biden.
Trump denunciou, sem fundamento, a existência de uma fraude eleitoral, alimentada, segundo ele, pelo voto postal.
A ordem também exige prova obrigatória de cidadania norte-americana, como passaporte, ao registar-se para votar.
Os democratas acusaram ainda Donald Trump e o seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado pelo magnata Elon Musk, de quererem "racionalizar as suas teorias da conspiração" e de "preparar o terreno para anular os votos legais e ignorar os resultados eleitorais que não lhes convêm".
Outros dois grupos pró-democracia - o Campaign Legal Center (CLC) e o State Democracy Defenders Fund (SDDF) - apresentaram ações judiciais separadas contra a mesma ordem executiva.
"Talvez algumas pessoas pensem que não me devo queixar porque ganhámos por uma margem esmagadora [nas eleições presidenciais de novembro de 2024], mas temos de reparar o nosso sistema eleitoral", argumentou Donald Trump ao assinar a ordem executiva, na passada terça-feira.
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