Corte na ajuda ao desenvolvimento por parte dos EUA é "barbaridade"

O ex-chefe da diplomacia europeia Josep Borrell considerou hoje que a suspensão da ajuda ao desenvolvimento pelos Estados Unidos é uma decisão desumana, à qual os Estados europeus deviam reagir porque vai afetar a estabilidade do mundo todo.

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© Marek Antoni Iwanczuk/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
01/04/2025 16:03 ‧ ontem por Lusa

Mundo

UE

"Os Estados Unidos dizem que não querem defender a Europa, é um direito dele e nós, europeus, não vamos morrer de fome por causa disso. Mas a suspensão brutal e imediata de 90% da ajuda ao desenvolvimento traduz-se em dezenas de milhares de mortes", afirmou Josep Borrell à margem do Foro La Toja, a decorrer hoje em Lisboa.

 

Este corte no financiamento da ajuda decidido pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, vai traduzir-se "nos pratos vazios de muitas crianças desnutridas e em dezenas de milhares de mortes por Sida por falta de vacinação", sublinhou o também ex-vice-presidente da Comissão Europeia.

Considerando que a decisão "é uma barbaridade", o diplomata alertou para a "enorme crise humanitária" que a situação vai criar.

Para Borrell, esta é a medida mais criticável do Governo de Donald Trump, perante a qual todos os países europeus devem reagir.

"Não falamos sobre isso porque não nos afeta diretamente e preferimos falar sobre tarifas, exportações, claro, tudo o que está relacionado com a defesa e que nos afeta", criticou, acrescentando que a reação é diminuta porque muitos Estados europeus também estão a reduzir a ajuda ao desenvolvimento.

"Mas uma coisa é reduzi-la, e outra é perder quase 50 mil milhões de dólares da noite para o dia", disse, garantindo que isso "terá um preço elevado".

Este corte no financiamento da ajuda ao desenvolvimento vai "criar mais instabilidade, uma maior sensação de injustiça, e a China aproveitará, sem dúvida, a oportunidade para parecer que está a ajudar quando o Ocidente deixar de o fazer", avançou.

Josep Borrell participou, em Lisboa, na III edição do Fórum La Toja-Vínculo Atlântico, a decorrer na Fundação Gulbenkian, para analisar as mudanças estruturais com impacto na Europa e no resto do mundo.

Promovida pela Fundación La Toja, esta edição centra o debate no papel da Europa no atual contexto geopolítico, as oportunidades e os desafios no novo panorama internacional e a importância da cooperação ibérica num contexto de transformação acelerada.

Leia Também: Ex-líder da diplomacia da UE diz que defesa deve seguir modelo da crise do euro

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