"Pusemos em marcha um processo que é positivo e no qual os europeus estão envolvidos", afirmou a presidência francesa, no final de uma série de reuniões que envolveram o Presidente francês, Emmanuel Macron, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e Steve Witkoff, enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Segundo o Eliseu, o encontro entre enviados destes cinco países "permitiu convergir" no objetivo de uma "paz sólida" entre Kiev e Moscovo, numa altura em que os europeus receiam, há semanas, ser postos de lado nas negociações de cessar-fogo entre os Estados Unidos e a Rússia.
A França e o Reino Unido lideram uma "coligação dos países dispostos" a dar "garantias de segurança" a Kiev num futuro acordo de paz, na sequência da invasão do território pelas forças russas em fevereiro de 2022.
Durante o encontro, os líderes ucranianos e europeus sublinharam o "apoio comum" ao "objetivo do Presidente Trump de pôr rapidamente fim à guerra na Ucrânia" e à "necessidade de um cessar-fogo completo o mais rapidamente possível", disse um conselheiro de Macron.
Este cessar-fogo deve ser "baseado na linha de contacto [linha da frente] tal como está", tendo em conta os territórios ucranianos "ocupados pela Rússia", disse o Eliseu.
Desde o regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump retomou de forma espetacular o diálogo com o Presidente russo, Vladimir Putin, deixando Kiev e os europeus com receio de uma negociação em que não estivessem envolvidos.
"Há um desejo de trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros ucranianos e os nossos parceiros americanos, para que a paz que terá de ser negociada entre a Ucrânia e a Rússia beneficie obviamente a Ucrânia e também a segurança de todos na Europa", acrescentou.
A presença de Rubio e Witkoff demonstrou "a importância que atribuem" ao "papel dos europeus", avançou a presidência francesa, salientando que Witkoff vai estar na reunião de enviados destes cinco países em Londres.
Contudo, a Ucrânia e os Estados Unidos parecem agora ter chegado a acordo sobre o princípio de um cessar-fogo total, ainda sem uma reação favorável da Rússia.
"Os americanos estão prontos a discutir a questão das garantias de segurança", limitou-se a dizer a presidência francesa no final das reuniões de Paris, assegurando que Washington "aprecia o trabalho" franco-britânico neste domínio.
Antes do encontro, Macron falou, por telefone, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, e uma delegação ucraniana, incluindo o chefe da diplomacia, Andriï Sybiga, e conselheiros de segurança britânicos e alemães participaram nas várias reuniões em Paris.
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