Numa publicação na sua rede social, a Truth Social, Donald Trump chamou Jerome Powell de "perdedor" e referiu que os preços da energia e dos alimentos estão "substancialmente mais baixos" e que "praticamente não há inflação", o que permitiria baixar a taxa de juro.
"Com os custos da energia bastante baixos, os preços dos alimentos (incluindo o desastre dos ovos de Biden) substancialmente mais baixos e a maior parte das outras coisas a descer, não há virtualmente inflação", comentou. No entanto, afirmou que a economia pode vir a desacelerar se não houver cortes nas taxas de juros.
Os preços da gasolina caíram nos últimos dois meses, em parte devido à queda dos custos do petróleo com o receio de um crescimento mais lento, mas os preços dos alimentos subiram em janeiro e março, e a inflação mantém-se acima da meta de 2% da Fed.
Na mesma publicação, Trump diz que Powell tem atuado sempre "demasiado tarde", dando como exemplo o BCE que já cortou "sete vezes as taxas de juro". Porém, o nível de inflação na Zona Euro é mais baixo do que nos EUA.
"Pode haver um arrefecimento da economia [norte-americanana] a não ser que o Sr. Demasiado Tarde baixe as taxas de juro, AGORA", reforçou, referindo-se a Powell.
O Presidente dos EUA foi mais longe e acusou Powell de só ter "atuado", e cortado as taxas de juro, em período eleitoral para tentar ajudar Joe Biden e, mais tarde, Kamala Harris, a serem eleitos.
Os recentes comentários de Donald Trump levaram à queda das bolsas americanas e do dólar, uma vez que os investidores nos EUA, e não só, estão cada vez mais cautelosos com a situação económica do país. Tradicionalmente a nota verde serve de ativo refúgio em momentos de instabilidade nos mercados, o que não se tem verificado nas últimas semanas.
Os mercados, que já estavam em forte queda esta segunda-feira, caíram ainda mais após a publicação de Trump esta tarde, com o índice S&P 500 a desvalorizar 2% no arranque da sessão.
Trump já tinha criticado Powell na sexta-feira, tendo mesmo referido que poderia demiti-lo se quisesse, embora isso provavelmente desencadeasse uma batalha judicial que poderia chegar ao Supremo Tribunal dos EUA.
Em resposta, Jerome Powell afirmou que o Presidente dos EUA não tem autoridade para demiti-lo e também deixou claro que não renunciará até ao final do seu mandato, em maio de 2026.
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