Nos últimos momentos de vida do Papa Francisco, esteve, ao seu lado, o cirurgião Sergio Alfieri, que revelou como é que o Sumo Pontífice viveu os últimos minutos - e que um dos seus desejos era morrer em casa.
Segundo conta o Corriere della Sera, nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, Alfieri recebeu uma chamada do enfermeiro pessoal do Papa que alertou que o estado de saúde de Francisco estava a piorar e que, talvez, precisasse de ir para o hospital.
"Nós arriscávamos que ele morresse durante a viagem. Expliquei que a ida ao hospital seria inútil. Strappetti - o enfermeiro do Papa -, sabia que ele queria morrer em casa", disse, acrescentando que Francisco morreu pouco depois de ele ter chegado.
Sergio Alfieri contou ainda que, após a morte do Papa, ficou no quarto juntamente com os enfermeiros e os secretários, revelando que depois chegou o cardeal Parolin que "pediu para que todos rezassem".
"Naquela manhã, acariciei-o pela última vez", notou.
O cirurgião disse ainda que, quando entrou no quarto, Francisco tinha os olhos abertos e não aparentava estar com dificuldades respiratórias. No entanto, não respondeu a nenhum estímulo que lhe foi feito.
"O Papa não respondeu a nenhum estímulo, nem aos mais dolorosos. Naquele momento, percebi que não havia mais nada que pudesse ser feito. Estava em coma", contou, acrescentando que o Francisco não sofreu.
O médico-cirurgião Sergio Alfieri realizou duas operações ao Papa Francisco, uma em 2021 e outra em 2023.
Francisco morreu, às 7h35 da manhã de segunda-feira, aos 88 anos. Nascido em Buenos Aires, na Argentina, foi o primeiro papa natural da América Latina, tendo assumido o cargo durante 12 anos, num pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.
O corpo do Papa encontra-se em câmara ardente na Basílica de São Pedro, desde quarta-feira e permanecerá no local até amanhã, sexta-feira. No sábado, às 09h00 (de Portugal) acontecem as cerimónias fúnebres.
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