O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, esta quarta-feira, que a resolução da paz na Ucrânia não surgirá tão rapidamente quanto os Estados Unidos têm vindo a pedir.
"Compreendemos que Washington está disposto a alcançar um sucesso rápido neste processo mas, ao mesmo tempo, esperamos que compreendam que a resolução da crise ucraniana é um processo demasiado complicado para ser feito de um dia para o outro", referiu, em conferência de imprensa, quando questionado sobre os esforços de mediação levados a cabo pelo EUA.
"Há muitos pormenores e muitas pequenas coisas que têm de ser resolvidas antes de um acordo", reforçou Peskov.
Note-se que Peskov agradeceu o esforço levado a cabo pela administração Trump, mas apontou que um eventual acordo teria de ser negociado diretamente com Kyiv.
"Um acordo de paz deve ser feito com a Ucrânia e não com os Estados Unidos. Os Estados Unidos estão a tentar mediar e estamos gratos. Há alguns dias, o presidente Putin renovou a sua disponibilidade para negociações diretas com os ucranianos, sem quaisquer condições iniciais. Esta disponibilidade continua ativa", afirmou.
As declarações surgem dias depois de o chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, ter dito que esta seria uma semana "crucial" na mediação do conflito no Leste europeu. Rubio disse que "havia razões para estar otimista, mas também para ser realista", e acrescentou que podia estar em causa a retirada dos EUA do processo de negociação.
Depois, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a fazer um apelo ao seu homólogo russo, Vladimir Putin. Questionado pelos jornalistas, no domingo, sobre o que queria de Putin, Trump foi assertivo: "Quero que pare de disparar, se sente e assine acordo."
Esta declaração já surgiu depois de Trump se encontrar com Volodymyr Zelensky e de ter colocado em causa se Putin quereria mesmo acabar com a guerra.
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