Nos três dias da CNO 60 países e organizações anunciaram 277 novos compromissos em áreas que vão desde a pesca sustentável à poluição marinha, das áreas marinhas protegidas à economia azul, anunciou a organização em comunicado.
Na conferência, a Coreia do Sul anunciou os "oceanos digitais" como tema transversal prioritário, destacando a exploração da forma como a tecnologia digital está a impulsionar novas ações nos oceanos, e a cooperação internacional para acelerar esses avanços.
Segundo o comunicado, cerca de 10% dos compromissos da CNO abordam o tema, desde a utilização da inteligência artificial (IA) para monitorizar as pescas e as áreas marinhas protegidas, até à melhoria das imagens de satélite e de drones e à utilização de técnicas de ADN eletrónico que podem ajudar a catalogar melhor a biodiversidade marinha.
No resumo dos três dias de trabalho diz-se também que foi destacado como prioridade fundamental o desenvolvimento da economia azul, gerando, de longe, o maior compromisso financeiro individual, 4,5 mil milhões de dólares, repartidos pelo segundo maior número global de compromissos, 59.
Entre esses compromissos a organização refere o apoio ao empreendedorismo nos oceanos e ao desenvolvimento de empresas, o desenvolvimento de quadros, o reforço das operações sustentáveis de pesca e aquicultura em pequena escala, ou o uso de tecnologias digitais que podem apoiar o desenvolvimento económico.
Prioridade foi também o investimento em investigação e desenvolvimento, com mais de 30 compromissos relacionados com o financiamento de investigação que melhorará a compreensão do nexo oceano-clima, regiões polares, pescas, biodiversidade, poluição marinha, ou tecnologias emergentes.
"Embora o nexo oceano-clima seja um foco contínuo e crucial da CNO, o transporte marítimo ecológico e as soluções baseadas na natureza foram dois tópicos que ocuparam um lugar central na Conferência do 10.º aniversário, representando cada um cerca de 15% dos compromissos climáticos que apoiarão a transição para combustíveis ecológicos, operações portuárias sustentáveis e redução das emissões dos navios", diz-se no documento.
Foram anunciados compromissos de cerca de 150 milhões de dólares para soluções climáticas baseadas na natureza marinha, como recuperação de ecossistemas costeiros ou florestas de algas.
Na conferência deste ano foram anunciados ainda compromissos na área da segurança marítima, pesca ilegal, educação marinha e ambiental, gestão de resíduos e redução de plásticos. Ou ainda sobre a identificação e avaliação de novos locais para futuras áreas marinhas protegidas, proteções de habitats ou melhoria da gestão dessas áreas.
E foram ainda anunciados compromissos financeiros para apoiar a ratificação e aplicação do chamado Acordo do Alto Mar, de proteção da biodiversidade os oceanos fora as áreas de jurisdição nacionais, bem como para combater a poluição marinha, especialmente por plásticos mas também outros tipos de poluição, incluindo o ruído, as águas residuais ou as artes de pesca fantasmas.
Desde a reunião inaugural, em 2014, a CNO tornou-se uma plataforma líder para governos, empresas e sociedade civil assumirem compromissos que promovam a conservação marinha, soluções climáticas baseadas no oceano e iniciativas de economia azul sustentável, tendo sido anunciados nas conferências mas de 2.600 compromissos voluntários. A verba global hoje anunciada vai juntar-se aos 160 mil milhões de dólares mobilizados na última década.
A CNO junta cerca de 1.000 líderes mundiais de vários setores, incluindo chefes de Estado e responsáveis governamentais de alto nível de mais de 100 países, e representantes de mais de 400 organizações internacionais e sem fins lucrativos.
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