"Irmãos sírios, cuidado com a discórdia, porque sabemos o seu início, mas ninguém sabe como acaba", avisou a mais alta autoridade religiosa síria através da sua página oficial na rede Facebook.
Osama al-Rifai acrescentou que, "se a discórdia se espalhar todos vão perder", num período em que a violência sectária voltou ao país após a crise em março entre as forças das novas autoridades de Damasco e homens armados da minoria alauita, a que pertence o Presidente deposto, Bashar al-Assad.
O clérigo, perseguido pelo antigo regime, foi indicado como grande mufti em março passado pelo atual Presidente interino, Ahmed al-Charaa, depois de al-Assad ter abolido o cargo em 2021, no âmbito das suas ações de repressão à oposição síria.
O Ministério do Interior sírio indicou hoje em comunicado que 16 membros das forças de segurança foram mortos na última noite em Sahnaya, perto de Damasco, no segundo dia de confrontos envolvendo combatentes de origem drusa.
Esta vaga de violência reacendeu o espetro de confrontos sectários, após os massacres no início de março que tiveram como alvo a minoria muçulmana alauita, um ramo dos xiitas, apenas três meses depois de Bashar al-Assad ter sido derrubado por uma coligação de inspiração islamita sunita, agora no poder.
As comunidades da minoria de origem drusa, um grupo religioso árabe que nasceu do islamismo mas não se identifica como muçulmano, encontram-se em Israel, Líbano, Síria e também na Jordânia.
Estima-se que existam um a dois milhões de drusos no mundo, com a maior comunidade fixada na Síria.
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