Trump deve mostrar esforços de resgate de deportado por engano, diz juíza

Uma juíza federal determinou hoje novamente que a administração Trump deve fornecer informações sobre os seus esforços até à data, se existirem, para cumprir a ordem judicial de resgatar Kilmar Abrego Garcia de uma prisão em El Salvador.

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© Win McNamee/Getty Images

Lusa
30/04/2025 22:56 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

EUA

A juíza distrital dos EUA, Paula Xinis, em Maryland, suspendeu temporariamente a sua diretiva de informação a pedido do Governo na semana passada.

 

Mas, com a pausa de sete dias a expirar, estabeleceu prazos em maio para que as autoridades prestem depoimento sob juramento sobre tudo o que fizeram para devolver o migrante aos EUA, noticiou a agência Associated Press (AP).

Abrego Garcia, de 29 anos, está preso na sua terra natal, El Salvador, há quase sete semanas, enquanto a sua deportação mal orientada se tornou um ponto crítico para as políticas de imigração do Presidente Donald Trump e o seu crescente atrito com os tribunais norte-americanos.

O Presidente reconheceu à estação ABC News, na terça-feira, que poderia ligar ao Presidente de El Salvador e enviar Abrego Garcia de volta, mas reforçou as suas alegações de que Abrego Garcia é membro do gangue MS-13.

A polícia de Maryland identificou Abrego Garcia como membro do gangue MS-13 em 2019 com base nas suas tatuagens, no hoodie dos Chicago Bulls e na palavra de um informador criminoso.

Mas Abrego Garcia nunca foi acusado. Os seus advogados dizem que o informador alegou que Abrego Garcia estava numa fação da MS-13 em Nova Iorque, onde nunca viveu.

A identificação do gangue pela polícia local levou a administração Trump a expulsar Abrego Garcia em março para uma prisão em El Salvador, conhecida pelas falhas nos direitos humanos.

Mas a deportação violou uma ordem de um juiz de imigração dos EUA, em 2019, que o protegia de ser enviado para El Salvador.

Abrego Garcia demonstrou ao tribunal de imigração que provavelmente enfrentava perseguição por parte de gangues locais salvadorenhos que o aterrorizavam a ele e à sua família, de acordo com registos do tribunal.

Fugiu para os EUA aos 16 anos e viveu em Maryland durante cerca de 14 anos, trabalhando na construção civil, casando e criando três filhos.

Xinis ordenou que a administração Trump o devolvesse há quase um mês, em 04 de abril. O Supremo Tribunal decidiu em 10 de abril que o governo deve trabalhar para trazê-lo de volta.

A juíza criticou duramente um advogado do Governo que não conseguiu explicar o que a administração Trump fez, para o caso de ter feito alguma coisa, e determinou então que as autoridades prestassem depoimentos sob juramento e outras informações para documentar os seus esforços.

O Governo Trump recorreu. Mas um tribunal federal de recurso apoiou a ordem de Xinis para obter informações, numa decisão contundente.

A administração Trump resistiu, dizendo que as informações procuradas por Xinis envolviam segredos de Estado protegidos e deliberações governamentais.

Esta, por sua vez, repreendeu os advogados do governo por ignorarem as suas ordens e agirem de má-fé.

Questionado hoje por jornalistas sobre se tinha tido alguma conversa com El Salvador sobre o regresso de Abrego Garcia, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse que a política externa não deve ser discutida com os juízes.

Os advogados de Abrego Garcia disseram hoje que o governo estava a trabalhar para o trazer de volta quando pediu uma pausa no processo judicial.

"Concordamos com este pedido porque entendemos que foi feito de boa-fé. Infelizmente, uma semana depois, ainda não é claro o que o Governo fez, se é que fez alguma coisa, nos últimos sete dias para trazer o nosso cliente de volta para a sua família", frisou o escritório de advogados Murray Osorio PLLC, em comunicado.

Leia Também: Peritos da ONU acusam EUA de negar direitos a migrantes deportados

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