O repórter vai permanecer detido em Istambul até ao julgamento por "filiação numa organização terrorista", numa referência à ligação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que as autoridades turcas consideram terrorista, de acordo com a agência de notícias France Presse.
A data do julgamento ainda não foi anunciada.
Joakim Medin, de 40 anos, foi detido a 27 de março à chegada a Istambul, onde tinha ido cobrir as principais manifestações na sequência da detenção, a 19 de março, do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, o principal rival do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
A justiça turca deteve-o por ter participado numa manifestação, em janeiro de 2023, do PKK em Estocolmo, durante a qual uma estátua de Erdogan foi pendurada pelos pés.
Nos últimos anos, dezenas de turcos, adolescentes, jornalistas e até uma ex-Miss Turquia foram processados por "insultar o Presidente".
"O crime de 'insultar o Presidente' está a ser utilizado para assediar muitos jornalistas locais e estrangeiros e ignora claramente os precedentes estabelecidos pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos", afirmou Erol Onderoglu, representante da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
"É claramente desproporcional e arbitrário que um jornalista estrangeiro seja acusado por participar num evento no seu próprio país e sobre o qual alegou ter apenas coberto", insistiu Onderoglu.
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