Paquistão pede à ONU que evite escalada de conflito com Índia

O Paquistão pediu hoje na ONU um maior envolvimento das grandes potências, particularmente dos membros permanentes do Conselho de Segurança, para evitar que a crise com a Índia se agrave após um recente ataque na Caxemira indiana.

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Lusa
02/05/2025 19:23 ‧ ontem por Lusa

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O embaixador paquistanês na ONU, Asim Iftikhar Ahmad, alegou que os cinco membros permanentes do Concelho (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) "precisam de fazer mais, precisam de fazer esforços adicionais e coordenados para tentar resolver a disputa" entre a Índia e o Paquistão sobre a soberania da região de Jammu e Caxemira, após o ataque terrorista de 22 de abril na Caxemira controlada pela Índia, que matou 26 pessoas.

 

A Índia acusou o Paquistão de estar por detrás do ataque, mas, segundo o embaixador, fê-lo sem apresentar qualquer prova.

Aliás, Ahmad voltou a negar qualquer envolvimento do Paquistão no ataque, ao mesmo tempo que reiterou a sua condenação inequívoca do terrorismo.

O tom do embaixador foi conciliador, segundo relatou a agência noticiosa espanhola EFE, tendo defendido o diálogo entre a Índia e o Paquistão, incluindo sobre o tema do terrorismo.

"Se a Índia acredita que o terrorismo é um problema, é ainda mais problemático para nós, e estamos prontos para o discutir. Aliás, se a Índia estiver disposta a sentar-se à mesa, pode haver uma discussão sobre o terrorismo. Foi assim quando tivemos um processo de diálogo: quando há diálogo, todas as questões devem ser colocadas em cima da mesa", argumentou o embaixador.

Contudo, Ahmad deixou um aviso à Índia, caso este país rejeite o diálogo.

"O Paquistão não procura a escalada, e isso foi sublinhado pelas autoridades paquistanesas a todos os níveis. Mas, ao mesmo tempo, estamos preparados para defender a nossa soberania e integridade territorial. Se a Índia optar pela agressão, o Paquistão exercerá o seu direito inerente à autodefesa", avisou o embaixador.

Quando questionado se esta autodefesa incluiria o recurso a armas nucleares (dado que ambos os países possuem armas nucleares), o embaixador não descartou a possibilidade, limitando-se a dizer que não iria entrar em detalhes sobre como o Paquistão defenderia os seus direitos.

A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.

Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um "inquérito neutro".

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os cidadãos foram convidados a abandonar até terça-feira o território do país vizinho.

Os dois adversários partilham mais de 2.900 quilómetros de fronteira terrestre.

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram Estados independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar total soberania sobre a região.

Leia Também: UE pede contenção e diálogo na região de Caxemira para evitar conflito

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