"Embora não tenham sido tomadas decisões definitivas relativamente às tarifas sobre filmes estrangeiros, a Administração está a explorar todas as opções para cumprir as orientações do Presidente de salvaguardar a segurança nacional e económica do nosso país", disse aos jornalistas um porta-voz da Casa Branca, Kush Desai.
Isto, visando "tornar Hollywood grande novamente", adiantou Desai, numa analogia ao nome do movimento de apoio a Trump, Tornar a América Grande Novamente (MAGA, na sigla em inglês).
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que vai iniciar "imediatamente o processo de instauração de tarifas de 100%" sobre os filmes exibidos nos Estados Unidos mas produzidos no estrangeiro.
"A indústria cinematográfica norte-americana está a morrer muito rapidamente (...) Hollywood e muitas outras partes dos Estados Unidos estão devastadas", escreveu Trump no domingo na rede social Truth Social.
"Outros países estão a oferecer todo o tipo de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos", acrescentou.
Trump disse que este é um "esforço concertado de outras nações" que representa "uma ameaça para a segurança nacional" norte-americana.
Hoje, Trump culpou o governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, por permitir que outras nações atraiam produções de Hollywood.
O Presidente norte-americano também manifestou a sua intenção de se reunir com representantes da indústria como parte dos seus esforços para restaurar a atratividade de Hollywood para a produção cinematográfica e impedir a migração de grandes empresas de produção.
"É chocante e não é uma boa situação. Por isso, vamos reunir-nos com o sector. Quero ter a certeza de que estão satisfeitos, porque nos preocupamos com o emprego. É muito importante. É uma grande indústria, mas está a ser muito negligenciada agora", disse Trump.
A China anunciou no início de abril que vai reduzir "de forma moderada" o número de filmes dos Estados Unidos exibidos oficialmente em território chinês, como uma das respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos do país asiático.
Pequim utiliza um sistema de quotas para limitar o número de filmes estrangeiros exibidos oficialmente nas salas de cinema.
Uma redução do acesso a este mercado, o segundo maior do mundo a seguir aos Estados Unidos para o cinema, pode afetar as receitas dos estúdios de Hollywood.
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