"A água pertencente à Índia costumava fluir para o exterior, mas agora será cortada para servir os interesses da Índia e será utilizada para o país", declarou Modi num discurso público.
A Índia suspendeu a sua participação num tratado de partilha de água com o Paquistão, assinado em 1960, em retaliação pelo atentado que matou 26 pessoas a tiro, a 22 de abril, na cidade turística de Pahalgam, na Caxemira indiana.
Apesar de o atentado não ter sido reivindicado, Nova Deli acusou da sua autoria Islamabad, que o negou categoricamente.
Os dois países estão em pé de guerra desde este atentado, o mais mortífero contra civis desde há mais de 20 anos na parte indiana daquela região de maioria muçulmana.
Há mais de uma semana que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados indianos e paquistaneses durante a noite, ao longo da fronteira que separa os dois países.
Hoje, o Paquistão acusou a Índia de alterar o caudal do rio Chenab, um dos três rios sob o controlo de Islamabad ao abrigo do tratado de 1960.
"Notámos alterações no Chenab que nada têm de natural (...) o caudal do rio, que é normal, foi consideravelmente reduzido de um dia para o outro", declarou o ministro da Irrigação do Punjab, Kazim Pirzada.
Após a decisão indiana de suspender unilateralmente o tratado, o Paquistão advertiu de que qualquer tentativa de perturbar o fluxo destes rios seria considerada "um ato de guerra".
Situada na fronteira com a Índia, a província do Punjab, que alberga quase metade dos 240 milhões de habitantes do Paquistão, é o coração agrícola do país.
O Tratado do Indo concede a Nova Deli o direito de utilizar os rios partilhados para as suas barragens ou culturas, mas proíbe-a de desviar cursos de água ou alterar o volume de água a jusante.
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