Comunidade de Sant'Egídio diz que Zuppi salvou "milhões de moçambicanos"

A Comunidade de Sant'Egídio em Moçambique disse hoje que o cardeal Matteo Zuppi, um dos apontados para suceder ao Papa Francisco, salvou "milhões de moçambicanos" ao negociar o fim do conflito entre forças governamentais e Renamo.

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Lusa
08/05/2025 12:01 ‧ há 7 horas por Lusa

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Matteo Zuppi

"Ao nos libertarmos da guerra civil através dos esforços de Matteo Zuppi, demonstra como a sua vida foi importante e colocada ao serviço da vida de milhões de moçambicanos para os salvar. Hoje, Moçambique, apesar de ainda viver grandes dificuldades, já não se pode falar de mortes por causa da guerra civil", disse o vice-presidente da Comunidade de Sant'Egídio, Nelson Moda, em declarações à Lusa.

 

O cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, é apontado como um dos nomes "papabili", favoritos para suceder Francisco, no conclave que arrancou na quarta-feira.

Matteo Zuppi foi um dos padres destacados pela Comunidade de Sant'Egídio para mediar o fim da guerra dos 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e as forças governamentais, culminando com a assinatura do Acordo Geral de Paz em Roma, em 1992, entre o então Presidente, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em maio de 2018.

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da Comunidade de Sant'Egídio disse que Matteo sempre defendeu os esforços para a paz "conquistada com muito sacrifício" em Moçambique, apelando ao diálogo como um dos mecanismos eficazes para estabilizar o país.

"O agradecimento maior que exige é que os moçambicanos continuem unidos para manter a reconciliação e a paz (...). Ele esteve na dianteira em nome da comunidade Sant'Egídio desde quando ainda não se imaginava a possibilidade da Renamo e o Governo pudessem se encontrar para negociar", disse Nelson Moda, referindo que os esforços do cardeal Zuppi na busca da paz valeram-lhe a atribuição da cidadania honorária pelo Estado moçambicano.

"Ele deixou o seu continente, deixou o seu país, entrou nas matas de Gorongosa [província de Sofala] numa altura em que a guerra civil estava no auge e colocou a sua vida em risco em nome da paz dos moçambicanos", acrescentou Nelson Moda, referindo que igualmente se trata de um bispo "apelidado como padre de rua, aquele que não se distancia dos marginalizados".

Matteo Maria Zuppi, 69 anos, é tido como um diplomata discreto e experiente que realiza missões de mediação política no exterior há mais de 30 anos. É também membro da Comunidade de Sant'Egidio, o canal não oficial de diplomacia da Santa Sé.

Em 27 de abril, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, recebeu da Igreja Católica garantias de continuação dos apoios ao país nos projetos de desenvolvimento económico e social e na manutenção da paz.

A garantia foi dada pelo cardeal Matteo Zuppi, após um encontro com o Presidente de Moçambique à margem das cerimónias fúnebres do Papa Francisco.

Fumo negro saiu esta quarta-feira da chaminé do Vaticano às 21:01 (20:01 em Lisboa) para indicar que os 133 cardeais eleitores, reunidos em conclave desde as 15:30 (16:30), não chegaram a consenso sobre o próximo Papa.

Francisco morreu a 21 de abril, aos 88 anos, deixando um pontificado de 12 anos de grande popularidade, mas também marcado por uma feroz oposição interna.

Leia Também: Fumo negro na chaminé do Vaticano no início do segundo dia de votação

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