Uma investigação publicada pela plataforma europeia revelou a estratégia utilizada pela Rússia para impactar os processos eleitorais e enfraquecer as democracias, identificando as três principais etapas deste processo.
Em primeiro lugar, é preciso inundar o espaço de informação: "confundir os eleitores com uma torrente de conteúdos de baixa qualidade, alta emoção e muitas vezes contraditório. Significa notícias falsas no TikTok, Telegram e 'sites' marginais -- atacando a UE [União Europeia], elogiando extremistas e lançando dúvidas sobre a própria votação".
No segundo passo é preciso "atacar o centro", através de processos de difamação dos candidatos pró-europeus, caracterizando-os como "fantoches corruptos de Bruxelas e Washington. Os candidatos de extrema-direita são pintados como heróis da soberania e da tradição".
"Alimentar a desconfiança" é o terceiro passo, pois "o objetivo não é apenas influenciar os votos mas corroer a confiança na democracia. Os eleitores são bombardeados com mentiras sobre eleições fraudulentas, controlo estrangeiro e conspirações da UE - tudo projetado para fazer as pessoas perderem a fé no sistema", refere a EUvsDisinfo.
De acordo com a organização, "a mensagem é clara: distorcer a história, dividir as sociedades e enfraquecer a democracia", destacando, por exemplo, as atividades de Manipulação e Interferência de Informação Estrangeira (FIMI) da Rússia em exibição na Roménia aquando das eleições.
A plataforma alertou para que, tanto no domingo como durante as eleições de novembro na Roménia, uma campanha coordenada usou os meios de comunicação para espalhar notícias falsas, difamar candidatos e amplificar vozes extremistas.
A EUvsDisinfo é composta por uma equipa de especialistas em desinformação, fazendo parte do serviço diplomático da UE.
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