Num memorando hoje enviado à liderança militar norte-americana, citado pela agência AP, o Departamento liderado por Pete Hegseth ordena a retirada de materiais educativos nas bibliotecas "que promovem conceitos fraturantes e ideologia de género", que "são incompatíveis com a missão principal" das forças armadas.
A hierarquia militar deve "identificar prontamente" os livros que não são compatíveis com esta missão e apreendê-los até 21 de maio, refere o memorando assinado por Timothy Dill, subsecretário da Defesa para o pessoal.
Até lá, refere o memorando, serão fornecidas orientações adicionais sobre como identificar o que deve ser removido e "determinar uma disposição final apropriada" para os materiais.
Não é referido o que vai acontecer aos livros, apenas que um comité temporário de Bibliotecas Académicas criado pelo Pentágono fornecerá informações sobre a revisão e decisões sobre os livros.
Este painel forneceu uma lista de termos de pesquisa a utilizar na identificação inicial dos livros a retirar e a rever, incluindo: ação afirmativa, antirracismo, teoria crítica da raça, discriminação, diversidade, disforia de género, identidade e transição de género, transgénero, transexual e 'privilégio branco'.
Hegseth fez uma das grandes prioridades do seu mandato afastar das forças armadas conceitos e as chamadas políticas de diversidade, igualdade e inclusão (mais conhecidos por DEI, da sigla em inglês).
No início do mês passado, a Academia Naval em Annapolis, estado de Maryland, retirou quase 400 livros da sua biblioteca depois de o gabinete de Hegseth ter ordenado a retirada daqueles que promoviam o DEI.
Cerca de duas semanas depois, as bibliotecas do Exército e da Força Aérea foram instruídas a encontrarem livros relacionados com DEI, mas o conceito tem abrangido obras sobre os direitos de minorias, mulheres e até algumas das celebradas no país.
A purga na Academia Naval levou à remoção de 381 livros, incluindo sobre o Holocausto, histórias do feminismo, direitos civis e racismo, incluindo da famosa autobiografia de célebre escritora afroamericana Maya Angelou, "Eu sei porque o pássaro canta na gaiola".
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