"A instalação de armas nucleares no continente europeu não é o que trará segurança, previsibilidade e estabilidade", disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Questionado durante a conferência de imprensa telefónica diária sobre a possibilidade referida por Macron, Peskov disse que todo o sistema de estabilidade estratégica e de segurança se encontra atualmente "num estado deplorável".
"A Rússia, os Estados Unidos e os países europeus com armas nucleares têm ainda de envidar grandes esforços para formar uma arquitetura de segurança estratégica na Europa", afirmou.
Macron deu na terça-feira mais um passo no sentido de alargar a dissuasão nuclear à Europa, declarando-se pronto a discutir com outros países do continente o envio de aviões franceses equipados com armas nucleares.
O debate tem como pano de fundo a aproximação entre os Estados Unidos e a Rússia e o receio de uma retirada militar norte-americana da Europa no âmbito da NATO, a sigla por que é mais conhecida a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O assunto foi levantado no início de março por Macron, que afirmou querer "abrir o debate estratégico" sobre a proteção da Europa pelo guarda-chuva nuclear francês.
Na altura, a Rússia denunciou as declarações do Presidente francês, afirmando que representavam uma ameaça para Moscovo.
A França e o Reino Unido são os únicos países da Europa Ocidental a possuir armas nucleares.
Até agora, os outros membros europeus da NATO têm estado sob o guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos.
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