"Há uma maioria a favor de fazer uma revisão do artigo [sobre respeito dos direitos humanos] do nosso acordo de associação com Israel", anunciou a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, no final de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27, em Bruxelas.
Kallas considerou que é o momento de "avançar para esse exercício", depois de os Países Baixos terem apresentado uma proposta nesse sentido na reunião.
Israel tem intensificado as operações no enclave palestiniano e na última semana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou a intenção de ocupar a totalidade da Faixa de Gaza.
Desde o início de março que Israel bloqueou qualquer camião com ajuda humanitária de entrar em Gaza, enquanto continua a bombardear o território.
Na reunião dos chefes da diplomacia da UE, foi debatida uma proposta dos Países Baixos para rever o acordo de associação com Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, já tinha indicado existir uma maioria a favor de uma revisão do acordo, mas também alguns países contra qualquer tipo de alteração.
A suspensão, adiantou o ministro, pode ser uma possibilidade, mas só será equacionada se se avançar com a revisão do acordo com Telavive.
De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde, de 12 de maio, toda a população de Gaza, cerca de dois milhões de pessoas, está em risco de morrer à fome, além de ser vítima da invasão militar israelita.
Na última sexta-feira, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA) fez uma projeção que aponta que entre maio e setembro deste ano mais de metade da população poderá estar em risco de morrer à fome.
[Notícia atualizada às 19h10]
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